A Boeing anunciou nesta quarta-feira (31), a nomeação de Kelly Ortberg como seu novo CEO, a partir de 8 de agosto. Ortberg, veterano da indústria aeroespacial e ex-executivo da Rockwell Collins, assume o comando em um momento crítico para a fabricante de aviões, que enfrenta desafios financeiros significativos e uma crise na produção.

Kelly Ortberg, conhecido por sua vasta experiência no setor aeroespacial, foi escolhido para liderar a Boeing, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo. Ortberg assume o cargo em meio a um período turbulento para a empresa, que luta para superar problemas financeiros e operacionais. Sua nomeação ocorre após um período de instabilidade e dificuldades financeiras, e ele terá a tarefa de guiar a empresa através de um cenário desafiador.

A Boeing relatou um prejuízo líquido de US$ 1,4 bilhão no segundo trimestre de 2024, um aumento significativo em comparação com a perda de US$ 149 milhões registrada no mesmo período do ano passado. Este resultado negativo reflete a crescente pressão sobre a empresa, que tem enfrentado uma série de problemas nos seus segmentos de defesa e espacial, agravando a situação financeira já delicada.

A unidade de defesa e espacial da Boeing tem sido um dos principais focos de problemas financeiros. A empresa registrou perdas bilionárias em 2023 e 2022, atribuídas a contratos de preço fixo que resultaram em excessos de custos. Esses contratos, que prometem margens de lucro altas, expuseram a Boeing a riscos significativos devido às pressões inflacionárias e aumentos de custos. Em resposta, a Boeing anunciou que abandonará a prática de contratos de preço fixo para mitigar futuras perdas, que somaram US$ 1,76 bilhão no ano passado.

A produção do jato 737 MAX da Boeing está em crise após um incidente em janeiro deste ano, que resultou em uma desaceleração significativa na fabricação e uma reavaliação da gestão. O regulador de aviação dos EUA limitou a produção a 38 jatos por mês, mas a Boeing tem operado a um ritmo ainda menor. Essa situação tem levado a uma redução drástica nas entregas, afetando a reputação da empresa e gerando frustração entre os clientes.

Durante o segundo trimestre, a Boeing entregou apenas 92 aeronaves, uma queda substancial de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução nas entregas tem contribuído para a pressão financeira da empresa e afetado negativamente sua capacidade de atender aos compromissos com os clientes. A diminuição na produção e nas entregas é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela empresa, que está lutando para recuperar sua posição no mercado e estabilizar suas operações.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.