Boeing (BOEI34) se declara culpada por fraude e paga multa milionária
O Departamento de Justiça dos EUA revelou que a Boeing concordou em se declarar culpada de conspiração para enganar a Administração Federal de Aviação (FAA) sobre a segurança do Boeing 737 MAX. O acordo inclui uma multa de 243,6 milhões de dólares e surge após a Boeing não cumprir as condições do acordo anterior de […]

O Departamento de Justiça dos EUA revelou que a Boeing concordou em se declarar culpada de conspiração para enganar a Administração Federal de Aviação (FAA) sobre a segurança do Boeing 737 MAX. O acordo inclui uma multa de 243,6 milhões de dólares e surge após a Boeing não cumprir as condições do acordo anterior de 2021. A empresa enfrentou sérias acusações relacionadas à forma como lidou com questões de segurança e certificação do software crítico para a aeronave.
O caso em questão envolve dois desastres fatais com o Boeing 737 MAX, ocorridos em 2018 e 2019, que resultaram na morte de 346 pessoas. A investigação revelou que a Boeing fez representações falsas à FAA sobre um software essencial para o 737 MAX. Esses acidentes destacaram falhas significativas no processo de certificação e na comunicação de informações cruciais sobre a segurança do avião.
No âmbito do acordo, a Boeing reconheceu ter agido de forma inadequada ao fornecer informações enganosas sobre o software do 737 MAX, comprometendo a segurança dos passageiros e a confiança pública. A empresa expressou seu comprometimento em corrigir suas falhas e melhorar seus processos internos.
Além da multa substancial, o acordo exige que a Boeing invista pelo menos 455 milhões de dólares nos próximos três anos para fortalecer seus programas de segurança e conformidade. Esta medida visa assegurar que a empresa adote práticas mais rigorosas e transparência em suas operações, especialmente no que tange à segurança e qualidade dos seus produtos. Adicionalmente, a Boeing terá a obrigação de se reunir com os parentes das vítimas dos acidentes no prazo de quatro meses após a sentença.
Como parte do acordo, a Boeing será sujeita a um monitor independente que terá a responsabilidade de supervisionar a conformidade da empresa com os termos do acordo. Este monitor deverá apresentar relatórios anuais de progresso, garantindo que as medidas de correção e melhorias sejam implementadas e mantidas. A presença do monitor visa proporcionar maior transparência e garantir que a Boeing cumpra as exigências estabelecidas.
Os familiares das vítimas dos acidentes com o Boeing 737 MAX terão a oportunidade de apresentar objeções ao acordo antes que o juiz Reed O’Connor tome uma decisão final sobre a sua aceitação. Além disso, será avaliada a possibilidade de compensação financeira para as famílias das vítimas. Este aspecto do processo judicial é crucial para garantir que as partes afetadas possam expressar suas preocupações e buscar justiça.