A empresa brasileira de fabricação de medicamentos, Biomm (BIOM3), está prestes a lançar a semaglutida no mercado brasileiro. Este composto é o princípio ativo presente no Ozempic, um medicamento utilizado tanto no tratamento do diabetes quanto na gestão da perda de peso. Em decorrência deste anúncio, as ações da empresa registraram um aumento significativo de quase 40% durante o pregão da última quarta-feira.

Através de um comunicado relevante, a Biomm disse que firmou um acordo com a empresa indiana Biocon, que será encarregada do desenvolvimento, fabricação e fornecimento do produto à empresa brasileira.

Por volta das 16 horas de quarta-feira, as ações da Biomm estavam sendo negociadas com uma alta de 39,78%, alcançando o valor de R$15,53 por ação. E as ações continuam subindo. Aproximadamente às 15 horas desta quinta-feira (18), as ações da BIOM3 estavam cotadas a R$16,45.

No ano passado, as vendas do Ozempic, produzido pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk, totalizaram R$3,1 bilhões no Brasil, com uma taxa média de crescimento de 39% entre 2021 e 2023.

Vale enfatizar que a Biomm não divulgou o preço pelo qual o produto será comercializado. Atualmente, o Ozempic no Brasil é vendido por mais de R$1 mil.

Crescimento do mercado para empresas de medicamentos para perda de peso 

A rápida aceitação de medicamentos como Mounjaro e Ozempic levou a Eli Lilly a se tornar a maior empresa de cuidados de saúde do mundo em valor de mercado, enquanto a Novo Nordisk superou seus pares como a empresa mais valiosa nas bolsas da Europa. O Goldman Sachs prevê que o mercado para esses medicamentos atinja US$ 100 bilhões até 2030.

Após o aumento das ações, estrategistas liderados por Allison Nathan do Goldman Sachs afirmam que os riscos para os fabricantes de medicamentos estão agora equilibrados. No entanto, ressaltam que ainda há espaço para desenvolvimentos positivos adicionais que podem impulsionar ainda mais o valor das ações.

Um dos catalisadores mais críticos para o mercado seria a decisão de estender a cobertura dos programas de saúde, como o Medicare americano, aos medicamentos para perda de peso. Atualmente, o Wegovy da Novo possui cobertura para doenças cardíacas, mas especialistas não esperam uma expansão iminente da cobertura para remédios de perda de peso, dada a atual política de preços. Shibutani estima as chances de cobertura do Medicare para medicamentos de obesidade em 50%.

Esta análise foi fornecida pelo Goldman Sachs e está sujeita a mudanças no mercado e nas políticas regulatórias.