Em um movimento significativo para reanimar a economia em meio a um estado deflacionário, o Banco do Povo da China anunciou nesta quarta-feira (25), uma redução na taxa de seu instrumento de empréstimo de médio prazo (MLF) para algumas instituições financeiras. A taxa foi reduzida de 2,30% para 2,00%, impactando 300 bilhões de yuans (cerca de US$ 42,66 bilhões) em empréstimos de um ano.

O corte na taxa de MLF é parte de uma série de medidas de estímulo econômico que o governo chinês vem adotando, especialmente após a divulgação do maior pacote de estímulo desde o início da pandemia. A decisão foi anunciada em um momento crucial, quando a China enfrenta desafios econômicos significativos, incluindo um estado de deflação e a necessidade de retomar o crescimento.

A redução da taxa foi confirmada pelo banco central em um comunicado, destacando que o saldo total dos empréstimos MLF agora é de 6,878 trilhões de yuans. As taxas nas operações desta quarta-feira variaram entre 1,90% e 2,30%, refletindo a intenção do banco central de ajustar a política monetária para atender melhor às necessidades de financiamento das instituições financeiras.

O pacote de estímulo econômico, divulgado na terça-feira, visa tirar a economia chinesa de sua estagnação. Especialistas acreditam que a redução da taxa de MLF ajudará a liberar liquidez no sistema financeiro, incentivando os bancos a concederem mais empréstimos a empresas e consumidores. Essa injeção de capital é vista como essencial para estimular o consumo e o investimento em um momento em que a confiança do consumidor está em baixa.

Além disso, o Financial News, veículo apoiado pelo Banco do Povo da China, destacou a importância da transparência na política monetária. A divulgação das taxas de oferta pela primeira vez mostra as diferentes necessidades de financiamento de médio e longo prazos entre as instituições financeiras, permitindo um ajuste mais preciso das políticas.

A redução da taxa de MLF não é apenas uma medida reativa, mas uma tentativa estratégica de estabilizar a economia chinesa. A pressão inflacionária tem sido baixa, e o governo está ciente de que, sem medidas adequadas, a economia pode se deteriorar ainda mais. O banco central busca equilibrar a oferta de crédito com o crescimento sustentável, evitando que a economia entre em um ciclo vicioso de baixa demanda e investimentos.

Frances Cheung, chefe de estratégia de câmbio e taxas do OCBC Bank, comentou que a rolagem parcial dos empréstimos não era inesperada, especialmente com um corte planejado na taxa de compulsório. O planejamento do banco central de reduzir a quantidade de reservas que os bancos devem manter é visto como uma ação que poderá liberar ainda mais liquidez no mercado.

Com a nova taxa de MLF em vigor, os analistas do mercado estão monitorando de perto as reações das instituições financeiras e o impacto nas taxas de juros ao consumidor. A expectativa é que a redução na taxa estimule um aumento nos empréstimos, principalmente para pequenas e médias empresas que têm enfrentado dificuldades financeiras em meio a um ambiente econômico desafiador.

Adicionalmente, a expectativa é que as medidas de estímulo implementadas pelo governo ajudem a restaurar a confiança do consumidor e a reverter a tendência de deflação. Os economistas estão atentos ao monitoramento das medidas e ao seu impacto na economia real, principalmente na geração de empregos e na recuperação do crescimento econômico.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.