Aumento do IOF encarece cartões, viagens e serviços no exterior; entenda como isso afeta seu bolso
Se você viaja, faz compras internacionais, usa serviços digitais ou precisa de crédito, prepare-se: o custo sobe.

O governo federal anunciou uma mudança no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que já está impactando diretamente quem faz compras no exterior, contrata serviços internacionais, envia dinheiro para fora do país ou até utiliza o cartão de crédito.
A partir de agora, a alíquota do IOF sobe para 3,5% em todas as operações internacionais, incluindo compras em sites do exterior, pagamentos com cartões de crédito, débito ou pré-pagos fora do Brasil, além de transferências de dinheiro para outros países.
- Cartões internacionais: 3,38% → 3,5%
- Envio de dinheiro para o exterior: 1,1% → 3,5%
- Compra de moeda estrangeira em espécie: 1,1% → 3,5%
Além disso, operações como fretes internacionais e pagamentos de serviços digitais (Google Drive, iCloud, Spotify, softwares, etc.) também foram impactadas com a mesma alta.
Exemplos práticos do novo IOF:
- Compra de R$ 1.000 em site internacional → IOF de R$ 35
- Pagamento de serviço de nuvem de R$ 500 → IOF de R$ 17,50
- Envio de R$ 3.000 para um familiar no exterior → IOF de R$ 105
O que fica mais caro com o aumento no IOF?
- Viagens internacionais ficam mais caras. O uso de cartão de crédito ou débito lá fora terá um imposto maior, além do custo do câmbio e do spread bancário.
- Serviços digitais encarecem. Toda assinatura paga em dólar (como armazenamento em nuvem, softwares ou serviços de streaming internacionais) terá aumento.
- Produtos importados devem subir de preço. O imposto também atinge custos de frete internacional, impactando o valor final de produtos trazidos de fora.
- Empréstimos mais caros. O IOF em operações de crédito dentro do Brasil também subiu. No caso de empréstimos pessoais, a alíquota anual vai de 1,88% para até 3,95%, dobrando o custo do imposto.
Impacto direto no crédito pessoal e das empresas:
- Quem faz empréstimos ou financiamento pagará mais imposto. No Simples Nacional, por exemplo, o IOF sobe de 0,88% para 1,95%.
E quem investe no exterior?
O recente aumento do IOF — de 0,38% para 1,1% nas remessas para investimentos e de 1,1% para 3,5% nas transferências para contas internacionais — reforça um sinal claro: o Brasil continua sendo um ambiente de elevada insegurança jurídica e instabilidade regulatória.
“Esse tipo de mudança reforça a importância de ter parte do patrimônio fora do país. A diversificação internacional protege não só contra riscos econômicos, mas também contra decisões políticas repentinas, como essa elevação do IOF”, avalia Lucas Bosquesi, assessor de investimentos na InvestSmart, escritório de Santo André.
Medidas como essa, tomadas de forma unilateral e sem previsibilidade, ampliam o risco país e mostram como decisões políticas podem impactar diretamente quem investe ou pretende diversificar internacionalmente.
Esse movimento serve como um alerta importante: diversificar a carteira e dolarizar parte do patrimônio não é mais uma escolha, mas uma necessidade estratégica para quem quer proteger seu capital e acessar oportunidades globais.
Investir exclusivamente no Brasil significa ficar exposto a decisões políticas imprevisíveis, que afetam impostos, regras e o próprio ambiente de negócios. A diversificação internacional é, portanto, um movimento de prudência, proteção e crescimento.
O que continua isento do aumento:
- Financiamento estudantil (FIES)
- Crédito rural e habitacional
- Programas sociais
- Compra de veículos por pessoas com deficiência ou táxis
- Fundos de investimento no exterior
Por que o governo aumentou o IOF?
O objetivo é aumentar a arrecadação, com uma expectativa de até R$ 18 bilhões só em 2025, segundo o Ministério da Fazenda.
Para o especialista em tributação Lisandro Vieira, o impacto vai além do consumidor final: “Essa elevação encarece toda a cadeia, desde o frete de mercadorias até serviços tecnológicos. O custo sobe, e quem paga é o consumidor.”
Além disso, empresas do setor de finanças, como Wise, C6 e Nomad, já ajustaram suas taxas e afirmam que, apesar do IOF maior, algumas soluções, como o uso de débito internacional, ainda são mais vantajosas do que o cartão de crédito.
Em resumo:
Se você viaja, faz compras internacionais, usa serviços digitais ou precisa de crédito, prepare-se: o custo sobe. A dica dos especialistas é planejar melhor os gastos, comparar opções de câmbio e, se possível, antecipar compras ou buscar alternativas que ofereçam o menor spread possível.
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