O analista de Renda Variável do Santander, Ricardo Peretti, prevê uma recuperação do mercado nos próximos 6 a 12 meses, à medida que o Ibovespa se recupera de um período de perdas. Em agosto, a referência da B3 acumulou uma queda de 5,09%. Segundo os analistas do banco, o valor do índice (valuation) está atualmente descontado, com uma relação preço/lucro (P/L) de apenas 8 vezes.

Durante uma videoconferência realizada pelo banco, Peretti destacou que embora o influxo de recursos para a Bolsa não deva melhorar de forma repentina, é natural que a migração ocorra à medida que as taxas de juros (Selic) continuem a ser reduzidas. O banco também prevê que o ciclo de corte de juros no Brasil será um fator orientador das performances das ações ao longo do segundo semestre de 2023, levando os investidores a gradualmente realocar seus recursos da renda fixa para ações na Bolsa.

Sobre o sentimento dos investidores, o Santander observa que eles estão agora mais otimistas em relação às ações brasileiras em comparação com alguns meses atrás. A preocupação com a situação fiscal e as intervenções governamentais nas empresas públicas já não é uma fonte significativa de tensão, mas agora a atenção se volta para a economia global, especialmente a situação na China.

Carteira de investimentos Santander

Em relação à composição da carteira de investimentos, Peretti observou que a maioria dos investidores mantém uma postura de venda (underweight) em commodities e uma postura de compra (overweight) em setores domésticos, como energia elétrica, saneamento, transportes, construção civil e ações do setor financeiro, como BTG Pactual e XP.

É importante destacar que o BTG Pactual foi escolhido pelo Santander como a principal escolha do setor para o mês de setembro, substituindo o Banco do Brasil na carteira Santander Valor. Peretti comentou: “Ainda gostamos do Banco do Brasil, mas acreditamos que o BTG Pactual possui catalisadores de curto prazo, como taxas de juros mais baixas no horizonte, recuperação do mercado de capitais e perspectivas de crescimento na receita de sales & trading.”

Ele acrescentou que os investidores ainda estão evitando o setor de varejo devido à desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e aos resultados ainda fracos. No entanto, destacou que Vivara e Smart Fit são exceções, pois apresentaram resultados operacionais impressionantes e são as favoritas entre os investidores.