Americanas (AMER3) adia divulgação de balanço com informações sobre inconsistência fiscal
A Americanas, uma das maiores varejistas do país, informou nesta quinta-feira (4) que adiou a divulgação de seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre deste ano. A empresa, que havia programado a divulgação para o dia 11 de maio, ainda não apresentou uma nova data para a publicação. De acordo com um comunicado enviado ao […]
A Americanas, uma das maiores varejistas do país, informou nesta quinta-feira (4) que adiou a divulgação de seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre deste ano. A empresa, que havia programado a divulgação para o dia 11 de maio, ainda não apresentou uma nova data para a publicação.
De acordo com um comunicado enviado ao mercado, o adiamento ocorreu porque a empresa ainda está concluindo a revisão dos seus balanços contábeis, incluindo os efeitos do rombo contábil de R$ 20 bilhões identificado pela varejista no início deste ano.
A Americanas afirmou que está trabalhando para garantir que suas demonstrações financeiras reflitam adequadamente sua posição patrimonial e financeira, assim como a de suas controladas.
Segundo a empresa, essa revisão é realizada em paralelo com a apuração das circunstâncias que levaram às inconsistências contábeis, conduzida pelo Comitê Independente criado pelo Conselho de Administração em janeiro de 2023.
Embora a nova data de divulgação ainda não tenha sido anunciada, é possível que o adiamento possa ter impacto na percepção dos investidores sobre a saúde financeira da Americanas, o que pode afetar o preço das ações da empresa.
Relembre o caso Americanas
Em janeiro, a Americanas divulgou um relatório que identificou “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos. Essas inconsistências resultaram em uma dívida de até R$20 bilhões, causada principalmente por dívidas com bancos em operações de risco. Como resultado, o grau de endividamento da empresa aumentou, e o capital de giro diminuiu.
Essas notícias afetaram as ações da Americanas, que começaram a cair. As principais instituições financeiras colocaram as ações da empresa sob revisão e a B3, bolsa de valores de São Paulo, colocou as ações ordinárias (com direito a voto) da empresa em leilão. O leilão é um “mecanismo de defesa” que interrompe as negociações comuns para acalmar os momentos de muita variação na bolsa.
No entanto, mesmo com o leilão, as ações da Americanas caíram quase 80%, a maior queda de uma empresa na bolsa brasileira desde 2008. Isso aconteceu porque as operações não foram lançadas adequadamente, subestimando a dívida da empresa.
Como resultado, os investidores perderam a confiança nas Americanas e se desfizeram de suas ações, levando a uma queda significativa no valor de mercado da empresa.
Recuperação Judicial
Após o caso de inconsistência financeira, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, alegando ter recursos reduzidos em caixa para continuar suas operações sem essa medida.
A recuperação judicial é um processo que visa impedir o fechamento de empresas em dificuldade financeira. Nesse processo, a empresa endividada consegue um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores, sob mediação da Justiça.