A Allos (ALOS3), uma das principais empresas de entretenimento e serviços na América Latina, registrou um lucro líquido de R$ 112,8 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), marcando uma recuperação importante em relação ao prejuízo de R$ 16,6 milhões no mesmo período de 2023 (3T23). O desempenho positivo reflete o fortalecimento das operações e uma gestão eficiente dos seus ativos, apesar dos desafios econômicos.

Desempenho financeiro

No terceiro trimestre de 2024, a Allos reportou uma receita líquida de R$ 650,5 milhões, o que representa um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior. No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, a companhia alcançou um crescimento de 8,5%, totalizando R$ 1,9 bilhão em receita líquida. Esse crescimento reflete a recuperação da empresa, com destaque para o desempenho das suas operações em shopping centers.

A Allos opera 46 shopping centers em diversos estados brasileiros, somando 2,08 milhões de metros quadrados de área bruta locável (ABL). O aumento nas vendas e a melhora nos índices de ocupação, que atingiram 96,4% no 3T24, são reflexos do bom momento da companhia. A taxa de ocupação cresceu 76 pontos base em relação ao terceiro trimestre do ano passado, evidenciando a forte demanda e a utilização eficiente dos espaços disponíveis.

Lucro operacional e impactos no Ebitda

Além do lucro líquido, a Allos registrou um crescimento de 7,2% no Lucro Operacional Líquido (NOI) no 3T24, mantendo a margem NOI em 92,8%. Este indicador, crucial no mercado imobiliário, mede a rentabilidade das operações principais da empresa, excluindo custos como juros e depreciação. No total acumulado de 2024, o NOI cresceu 7,6%, reforçando a solidez operacional da companhia.

Entretanto, o Ebitda ajustado apresentou um crescimento mais moderado de 9,8% no trimestre, atingindo uma margem de 73,1%. A leve queda em relação ao ano passado foi atribuída ao impacto negativo do Índice Geral de Preços (IGP), que afetou as receitas de aluguéis. A diretora financeira da Allos, Daniella Guanabara, explicou que, com a recuperação do IGP, os aluguéis devem contribuir de forma mais significativa para o crescimento nos próximos meses.

Estratégia de crescimento: foco em mídia e estacionamentos

O desempenho da Allos também reflete uma estratégia bem-sucedida de diversificação. A empresa obteve um aumento de quase 30% na receita do segmento de mídia e apresentou crescimento expressivo nas áreas de joias, cosméticos e estacionamentos. A forte recuperação do varejo, especialmente no segmento de âncoras e lojas de alto tráfego, tem impulsionado as vendas, que cresceram 6,5% no 3T24, comparado ao ano anterior.

Daniella Guanabara também destacou o sucesso da estratégia de desinvestimentos, que visa reforçar a geração de caixa e melhorar a rentabilidade da empresa. A Allos pretende realizar até R$ 1 bilhão em desinvestimentos até 2026, com o objetivo de gerar mais valor para os acionistas, principalmente por meio da recompra de ações e aumento do lucro por ação.

Dividendos mensais e gestão de passivos

A Allos implementou uma política de dividendos mensais, o que tem atraído a atenção de investidores pessoa física. Para o trimestre atual, foram anunciados R$ 150 milhões em dividendos, distribuídos em parcelas de R$ 50 milhões em outubro, novembro e dezembro. Essa medida visa oferecer uma fonte regular de renda para os acionistas e aumentar a atratividade da empresa no mercado de capitais.

No quesito gestão financeira, a Allos também se destacou pela redução de custos e pela substituição de dívidas mais caras por emissões mais vantajosas. A empresa captou R$ 3,7 bilhões em duas emissões de títulos, com forte demanda, permitindo a redução de taxas de juros e alongamento de prazos. Esse movimento tem como objetivo reduzir a pressão financeira, especialmente em anos eleitorais, e aumentar a previsibilidade de seus fluxos de caixa.