A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, expressou nesta sexta-feira (05) sua crescente preocupação com as implicações econômicas globais do excesso de capacidade de industrial na China. Essa questão foi colocada como foco principal das reuniões econômicas de quatro dias com as autoridades chinesas.

Durante um discurso para representantes da Câmara de Comércio dos EUA em Guangzhou, Yellen afirmou que a China se beneficiaria com a redução da sobrecapacidade industrial, que está colocando pressão sobre outras economias.

Nesse mesmo contexto, Yellen ressaltou que o problema não é novo, mas tem se agravado, e alertou para os riscos emergentes em setores diversos. Esses comentários foram feitos durante uma reunião no centro de exportação de Guangzhou, onde a secretária se encontrou com o vice-primeiro-ministro He Lifeng e o governador da província de Guangdong, Wang Weizhong.

Superprodução preocupa

Além de Janet Yellen, outras autoridades do governo dos EUA expressaram crescente preocupação com a excessiva produção chinesa de veículos elétricos, painéis solares, semicondutores e outros produtos, que estão saturando os mercados globais devido à queda na demanda doméstica na China.

Yellen enfatizou que essa situação não é saudável para a economia chinesa e está prejudicando os fabricantes de outros países. Ela pediu à China que reduza seu investimento estatal e volte às reformas de mercado que impulsionaram o crescimento nas décadas anteriores.

Apesar das tensões entre EUA e China em várias questões, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos destacou áreas de interesse comum, como o combate às mudanças climáticas e atividades financeiras ilícitas. Ela revelou que um grupo de trabalho bilateral está trabalhando em medidas para mitigar os riscos financeiros de uma possível falência bancária em qualquer uma das economias, embora não tenha fornecido detalhes sobre os resultados dessas discussões.

A China estabeleceu uma meta de crescimento econômico ambiciosa de 5% para 2024, impulsionada, em parte, por investimentos em setores de alta tecnologia. No entanto, muitos economistas argumentam que o modelo de crescimento do país precisa ser reformulado para incentivar o consumo interno e reduzir sua forte dependência de investimentos.

Com Reuters