Nos primeiros meses de 2025, temos visto uma queda generalizada no mercado de criptoativos, desde Bitcoin, Ethereum, Solana, e todas as outras moedas. Em um mercado de alta volatilidade como este e com inúmeras influências políticas, de mercado e até conflitos internacionais, é normal que as oscilações sejam acentuadas bem como as fases de expansão. 

Porém, todas as vezes que essas grandes correções ocorrem, a velha e corriqueira pergunta vem à tona: dessa vez o Bitcoin morreu? Se não morreu, quanto valerá ao fim de 2025?

Para responder a essa pergunta, vamos recorrer a dados técnicos, análise on-chain e projeções institucionais de preço.

Queda do preço do Bitcoin em 2025

No dia 20 de janeiro de 2025, o mercado de criptomoedas chegou ao seu topo histórico, onde o Bitcoin, a maior moeda existente dentre os criptoativos, chegou ao preço de US$ 109.397,00 por unidade. Essa ascensão vertical da moeda colocou o ativo em patamares jamais visto antes, tomando inclusive atenção de chefes de estado com Donald Trump, presidente eleito dos EUA, que deixou clara sua posição de defensor e fomentador do Bitcoin e da tecnologia da blockchain.

O Bitcoin não morreu. Projeções de preço máximo em 2025

Porém, desde sua ATH (all time high), ou topo histórico, vem sofrendo quedas constantes, caindo de US$ 109.397 em 25 de janeiro, para US$ 78.335. Esse movimento foi decorrente de uma série de fatores, como:

  1. As tarifas de Trump para produtos de outros países;
  2. Incerteza sobre as taxas de juros nos EUA;
  3. A segunda maior corretora do mundo, a Bybit foi hackeada e perdeu US$ 1,4 bilhões;
  4. O golpe promovido e anunciado na rede social X pelo presidente da Argentina, Javier Milei onde investidores perderam US$ 251 milhões;
  5. Queda dos mercados nos EUA, como Nasdaq, S&P 500 entre outros;
  6. Risco de recessão nos EUA.

Como dito anteriormente, as incertezas sobre o futuro do Bitcoin sempre retornam às discussões, ventilando-se a possibilidade de a criptomoeda não atingir a máxima histórica novamente. Porém, com base nos dados técnicos, análise gráfica e dados fornecidos pela blockchain, não há elementos para afirmar tal narrativa. 

Correlação do Bitcoin com a NASDAQ

Dados demonstram que o Bitcoin caiu principalmente devido à sua grande correlação com o mercado de renda variável americana, mais especificamente à NASDAQ, índice composto pelas empresas de tecnologia e inovação dos EUA. A atual fase de “risk-off” (aversão ao risco) nos mercados globais está prejudicando ativos considerados voláteis, incluindo criptomoedas. Desde seu topo histórico em 18 de fevereiro de 2025 até a publicação deste artigo, o índice Nasdaq caiu 13% drenando bilhões de dólares do mercado.

O Bitcoin não morreu. Projeções de preço máximo em 2025

No gráfico apresentado acima, a correlação do Bitcoin atual (círculo amarelo) está nos mesmos níveis de 2022, quando chegou a mais de 0,8. A título explicativo, quanto mais próximo de 1 (um), maior a correlação entre os ativos, o que nos leva a chegar à conclusão de que o mercado de criptomoedas só voltará a subir quando os mercados tradicionais, em especial a NASDAQ, retornarem à alta.

Ciclo 2025 do Bitcoin x ciclos passados

O Bitcoin desde sua criação em 2008, apresenta padrões de comportamento do preço, o que possibilita criar modelos preditivos. Parte desses padrões vêm do seu corte de emissão programa, o chamado halving, onde os novos Bitcoins colocados à mercado são reduzidos pela metade, justamente para causar o processo de escassez da moeda. 

Como podemos observar na imagem abaixo, os padrões têm grande similaridade, tanto no “Bull Rally” (alta) quanto nos períodos de “Bear Market” (baixa).

O Bitcoin não morreu. Projeções de preço máximo em 2025

O “halving” é programado para ocorrer a cada 210 mil blocos minerados, que em termos cronológicos equivale a aproximadamente 4 anos. Devido a essa previsibilidade de emissão e consequentemente a quantidade de bitcoins em circulação, alguns modelos foram criados para previsões de preço, sendo que um dos mais validados é o modelo “Stock-to-flow”. 

O Bitcoin não morreu. Projeções de preço máximo em 2025

Previsões de preço ao fim deste ciclo de alta

Diversos agentes do mercado, como instituições financeiras, casas de “research”, modelos de I.A, modelos preditivos com base em dados on-chain, têm divulgado a previsão dos valores que o Bitcoin pode alcançar caso siga um comportamento parecido com os ciclos passados.

Além dos dados anteriores, os agentes acrescentaram fatores externos, como a adoção institucional de criptomoedas, a aceleração da regulamentação e ingresso de nações no processo de criação de reserva estratégica. Com base nisso: seguem abaixo algumas “previsões” de preço para este ciclo de alta (2025):

  1. Standard Chartered Bank: US$ 200.000;
  2. VanEck: US$ 180.000;
  3. Deepwater Asset Management: US$ 150.000;
  4. CoinPedia: US$ 140.449;
  5. Galaxy Digital: US$ 180.000;
  6. Bernstein: US$ 200.000;
  7. JP Morgan: US$ 175.000;
  8. Coinbase: US$ 220.000.

O mercado de criptoativos vêm se aprimorando constantemente e com inúmeros fatores positivos para médio e longo prazo, colocando o Bitcoin e seus pares no centro de atenção de instituições financeiras, investidores de varejo e até mesmo países, como Estados Unidos e El Salvador, que já possuem Bitcoins em sua reserva estratégica. Além disso, outros países possuem Bitcoins em carteira (não em reserva estratégica), são eles: Reino Unido, China, Alemanha, Ucrânia, entre outros.

O Bitcoin não morreu. Projeções de preço máximo em 2025

Porém, para que haja valorização do Bitcoin e do mercado de criptomoedas como um todo, é necessário que a economia mundial, em especial a norte-americana, retorne à patamares estáveis e longe do risco de recessão. As medidas do presidente Donald Trump causam incerteza no mercado e o risco de inflação alta retorna a ser especulado, causando queda generalizada nos mercados de renda variável como ações e criptomoedas.

Conclusão sobre o cenário atual do Bitcoin

Por fim, diversos fatores ocasionaram a recente queda do Bitcoin, trazendo incerteza no futuro do ativo. Porém não temos nenhum elemento como análise técnica, dados on-chain, dados estatísticos, modelos preditivos para afirmar que o Bitcoin “acabou”. Muito pelo contrário, a adoção institucional e demanda do varejo segue em crescente ao longo dos anos, desde sua criação em 2008.

O mercado continuará questionando se o Bitcoin ainda possui fundamentos, enquanto isso os pequenos investidores do varejo vendem suas posições e os grandes players de mercado fazem compras massivas.

A frase de Warren Buffet, maior investidor do mundo, faz cada vez mais sentido com e decorrer dos anos: “O mercado foi feito para transferir dinheiro dos impacientes para os pacientes.”

Joao Victor Capatto Rabelo

João Victor Capatto Rabelo é sócio e assessor de investimentos na InvestSmart. Médico veterinário por formação, atuou na área por 8 anos antes de fazer a transição de carreira. Suas áreas de interesse incluem finanças e, especialmente, criptoativos. Tem um apego especial à educação financeira e como objetivo de vida, ajudar as pessoas a entenderem sobre o mercado financeiro.