Existe momento certo para começar a investir?
Crises são bons ou maus momentos para entrar no mercado financeiro? Se fôssemos fazer um raio X na cabeça de quem ainda não investe e tem esse desejo, com suas dúvidas mais comuns, certamente essas duas questões sairiam carimbadas no laudo médico com o resultado do exame, sagrando-se as mais frequentes que permeiam o subconsciente […]

Crises são bons ou maus momentos para entrar no mercado financeiro?
Se fôssemos fazer um raio X na cabeça de quem ainda não investe e tem esse desejo, com suas dúvidas mais comuns, certamente essas duas questões sairiam carimbadas no laudo médico com o resultado do exame, sagrando-se as mais frequentes que permeiam o subconsciente dos futuros investidores.
Existir um momento certo para começar a investir é, em um paralelo metafórico, pensar que existem fórmulas prontas e 100% certeiras para nossos objetivos em tudo que buscarmos na vida em geral: como ser rico, profissional de sucesso, a melhor hora de se casar, o momento ideal para se ter um filho, comprar uma casa, ter um cachorro e por aí vai.
O ser humano tem uma tendência natural a buscar respostas prontas para questões que dependem de um somatório de fatores, sejam eles pessoais, financeiros, profissionais, de mercado etc.
Desmistificando essa pergunta e respondendo de forma simples e, neste caso, sim, certeira: a questão não é a hora de se começar a investir. É sobre saber onde e de que forma se investir nos variados momentos que, invariavelmente, passaremos ao longo da nossa caminhada, seja no mercado financeiro, na economia ou em nossas próprias questões pessoais.
Independente da situação e momento econômico, é importante começar. E as crises podem, dependendo do perfil e disposição do investidor, serem oportunidades valiosas para este início.
Planejamento Financeiro
Para Rafael Paes, sócio do maior escritório da XP Investimentos na Baixada Santista, é preciso despertar a consciência para a educação financeira desde cedo. “Acredito que o ideal seria os pais educarem seus filhos com foco na parte financeira também. Eu, por exemplo, faço isso com a mesada da minha enteada. Ela tem que retirar uma parte da mesada para investir, para atingir algum objetivo que ela mesma colocou, seja ele qual for”.
O especialista acredita que “quanto antes começarmos a investir, mais tranquilo ficaremos em nossas aposentadorias. Isso representa menos dependência do governo e a possibilidade de realizar nossos sonhos mais rapidamente”.
Quem já investe há bastante tempo, já passou por diversas crises e a única certeza que se tem é a de que, apesar de tudo, crises sempre passam. Leia mais sobre isso no artigo: Quedas do Ibovespa.
Por onde começar?
A decisão por qual tipo de investimento começar tem a ver com o perfil do investidor, objetivos, prazos, necessidade de liquidez, a elaboração de uma reserva de emergência etc. E, para isso, contar com a expertise e suporte de um especialista é essencial.
Para os mais conservadores, por exemplo, sempre é tempo de pensar em Renda Fixa, pois é um ativo seguro e muito mais rentável do que a Poupança, por exemplo. Investidores com perfis menos conservadores conseguem se aproveitar mais do mercado financeiro e até dos momentos de crise, pois se aventuram em outras opções que podem envolver riscos maiores.
Cenário atual de juros baixos
Mas, afinal, com o cenário atual de juros baixos, ainda assim vale a pena começar a investir?
Os investimentos em Renda Fixa são opções mais comuns para investidores com perfil conservador. Quem tem esse perfil, precisa entender que investir em ativos de baixo risco significa ter rentabilidade menor ou deixar o dinheiro investido por mais tempo.
O xis da questão é que, nós, brasileiros, nos acostumamos, por muito tempo, a termos investimentos com alta rentabilidade, segurança e garantia (FGC) por conta da inflação.
Em meados de 2015 até 2016, a taxa SELIC chegou a 14,25% ao ano, o que significa que qualquer investidor que tivesse um ativo de Renda Fixa, como um CBD (Certificado de Depósito Bancário) em algum banco que pagasse 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), teria uma rentabilidade superior a 1% ao mês.
Hoje, com a taxa SELIC a 2% ao ano, conseguir essa mesma rentabilidade dos anos de 2015/2016, é bem difícil, a não ser que se invista também em Renda Variável, ou seja, em ativos que envolvem mais risco.
Mas, então, ainda sim vale a pena?
Para responder essa pergunta, precisamos levar em conta dois fatores determinantes. O primeiro deles é que, para qualquer investimento, é importante que se pense ser necessário um prazo maior para sua rentabilidade ser superior à atual taxa de juros. O segundo é que precisamos entender que o Brasil está, apenas agora, se equiparando aos países desenvolvidos e aos em desenvolvimento, corrigindo uma distorção de inflação alta que perdurou durante muito tempo.
E é por esse caminho que esperamos continuar caminhando daqui para frente no setor financeiro.
Dicas para começar a investir
O Aprenda a Investir junto com o CFP Rafael Paes, elaborou algumas dicas indispensáveis para se pensar no mundo dos investimentos:
1 – Faça sua reserva de emergência. É essencial começar por ela, antes de começar a investir. Ninguém começa a construir uma casa pelo telhado.
2 – Tenha visão de longo prazo. “Investir deveria ser como assistir a grama crescer”.
3 – Fuja de promessas de altas rentabilidades com baixo risco. Isso não existe.
4 – Alinhe suas expectativas com seu assessor de investimentos. Essa é a melhor forma de conhecer o mercado, as oportunidades para que você tome as melhores e mais adequadas decisões.