BBAS3: Safra muda recomendação para ações do Banco do Brasil
BBAS3 entra no radar após o Safra acender alerta e mudar a recomendação para 2026, citando riscos no agronegócio, lucro abaixo do consenso e ROE pressionado.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) voltaram ao centro do debate do mercado após relatório do Safra indicar recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25 para 2026. O valor implica potencial de alta em torno de 17% frente à cotação atual, próxima de R$ 21,75, mas o banco vê um conjunto relevante de riscos que limita uma reprecificação mais agressiva do papel no curto e médio prazo.
Entre os principais pontos de atenção está a inadimplência elevada no agronegócio, segmento estratégico para o Banco do Brasil. Segundo o relatório, o ritmo lento das renegociações, que podem alcançar até R$ 25 bilhões, pressiona a visibilidade dos resultados futuros.
Para 2026, o Safra projeta lucro líquido de R$ 22,18 bilhões, cerca de 13% abaixo do consenso de mercado, além de um ROE estimado em 12%, nível considerado fraco quando comparado aos grandes bancos privados.
Apesar dos riscos, BBAS3 segue negociando com desconto relevante. O papel apresenta múltiplo P/L de 9,65, negocia cerca de 32% abaixo do valor patrimonial (P/VP) e oferece dividend yield estimado em torno de 5,5%. Ainda assim, a leitura predominante do mercado é que o desconto reflete o prêmio de risco associado ao controle estatal, que continua pesando sobre as ações mesmo diante de fundamentos aparentemente baratos.