BBAS3: Safra muda recomendação para ações do Banco do Brasil

BBAS3 entra no radar após o Safra acender alerta e mudar a recomendação para 2026, citando riscos no agronegócio, lucro abaixo do consenso e ROE pressionado.

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Última atualização:  26 de dez, 2025 às 12:39

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) voltaram ao centro do debate do mercado após relatório do Safra indicar recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25 para 2026. O valor implica potencial de alta em torno de 17% frente à cotação atual, próxima de R$ 21,75, mas o banco vê um conjunto relevante de riscos que limita uma reprecificação mais agressiva do papel no curto e médio prazo.

Entre os principais pontos de atenção está a inadimplência elevada no agronegócio, segmento estratégico para o Banco do Brasil. Segundo o relatório, o ritmo lento das renegociações, que podem alcançar até R$ 25 bilhões, pressiona a visibilidade dos resultados futuros.

Para 2026, o Safra projeta lucro líquido de R$ 22,18 bilhões, cerca de 13% abaixo do consenso de mercado, além de um ROE estimado em 12%, nível considerado fraco quando comparado aos grandes bancos privados.

Apesar dos riscos, BBAS3 segue negociando com desconto relevante. O papel apresenta múltiplo P/L de 9,65, negocia cerca de 32% abaixo do valor patrimonial (P/VP) e oferece dividend yield estimado em torno de 5,5%. Ainda assim, a leitura predominante do mercado é que o desconto reflete o prêmio de risco associado ao controle estatal, que continua pesando sobre as ações mesmo diante de fundamentos aparentemente baratos.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.