Índice IGP-10 sobe 0,04% em dezembro, mas encerra 2024 com deflação acumulada, aponta FGV
O IGP-10 avançou 0,04% em dezembro, mas encerrou o ano com deflação acumulada de 0,76%, segundo a FGV.
Imagem: Shutterstock
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) apresentou um leve avanço de 0,04% em dezembro, mas fechou o ano com uma deflação acumulada de 0,76%, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse desempenho reflete um cenário de desaceleração nos preços, especialmente no atacado e no setor industrial, mas também destaca a volatilidade de alguns segmentos, como o custo de energia elétrica residencial e o setor de construção civil.
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O IGP-10 é um indicador fundamental para a economia brasileira, utilizado para medir a variação de preços no atacado, no consumidor e na construção civil. Em dezembro, o índice registrou um aumento modesto de 0,04% em relação a novembro, encerrando o ano com uma deflação acumulada de 0,76%. Esse comportamento é um reflexo de um 2024 marcado por uma desaceleração na inflação, especialmente quando comparado com os altos índices de 6,61% registrados em 2024.
O resultado veio dentro das expectativas do mercado, que previam um avanço de 0,05% para o último mês do ano. Embora o aumento no último mês de 2024 tenha sido modesto, o índice de deflação acumulada demonstra a redução dos preços durante o ano, uma tendência que já havia se mostrado em 2023, quando o índice também fechou com deflação de 3,56%.
Como o IPA-10 impactou o desempenho do índice?
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), que tem o maior peso no cálculo do IGP-10 (60%), foi o principal responsável pela deflação observada. Em dezembro, o IPA-10 apresentou uma leve queda de 0,03%, após uma alta de 0,15% no mês anterior. No acumulado do ano, o IPA-10 apresentou uma deflação de 2,87%, impulsionada pela redução nos preços de produtos agropecuários e industriais.
Além disso, a sensibilidade do mercado às flutuações nos preços das commodities agrícolas teve um papel central nesse movimento, refletindo no setor industrial, que registrou uma variação de 0,7%, bem abaixo dos 5,28% observados em 2024.
O IPC-10 reflete aumento nos preços ao consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que representa 30% do cálculo do IGP-10, também desempenhou um papel importante. O IPC-10 registrou uma alta de 0,21% em dezembro, mantendo-se estável em relação a novembro. No acumulado do ano, o índice avançou 4,01%, uma alta considerável, mas que ficou abaixo de projeções que indicavam crescimento maior.
O grupo Habitação foi o que mais contribuiu para o aumento no IPC-10, devido à volatilidade das tarifas de energia elétrica residencial. Além disso, a desaceleração de preços de alimentos e transportes no segundo semestre foi um fator determinante para que o IPC não superasse as altas de 2024, como indicavam as previsões iniciais.
Construção civil e o INCC-10
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), por sua vez, também registrou um aumento de 0,22% em dezembro, mas com uma desaceleração em comparação ao mês anterior, quando o índice subiu 0,30%. No acumulado de 12 meses, o INCC-10 teve um avanço de 6,18%, refletindo a pressão sobre os custos de materiais e mão de obra no setor da construção civil.
O impacto da deflação no cenário econômico
O resultado do IGP-10 em dezembro de 2024 é indicativo de uma economia brasileira em desaceleração, com os preços no atacado e no setor industrial apresentando uma deflação acumulada. Esse cenário é um reflexo direto das dinâmicas no mercado de commodities, que exerceram forte influência sobre os preços dos alimentos e da indústria de transformação.
No entanto, a deflação não foi generalizada. O aumento nos preços ao consumidor, especialmente em setores como habitação e energia elétrica, mostra que a economia ainda enfrenta pressões. O controle da inflação continua sendo um desafio, com a expectativa de que o Banco Central adote novas estratégias para garantir a estabilidade de preços e a recuperação da atividade econômica no Brasil.
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