EUA podem classificar Maduro como membro de grupo terrorista nesta segunda (24)
Os Estados Unidos podem anunciar nesta segunda-feira (24) a inclusão do governo de Nicolás Maduro na lista de organizações terroristas.
Foto: Getty Images
Os EUA podem classificar Maduro como membro de grupo terrorista nesta segunda (24), em uma medida que deve alterar o cenário político e diplomático da América Latina. A decisão, impulsionada por recomendações do governo Trump, pode colocar o presidente venezuelano e seu círculo de influência sob sanções mais severas e sob alvo direto da política de combate ao terrorismo dos Estados Unidos. A ação também reacende o debate sobre a legitimidade do governo da Venezuela e o impacto do tráfico internacional de drogas na segurança norte-americana.
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A possível inclusão do governo de Nicolás Maduro na lista de organizações terroristas marca o ponto mais alto da pressão exercida pela administração americana sobre a Venezuela nos últimos anos. Caso a medida seja confirmada nesta segunda-feira (24), Washington terá autorização legal para impor novas sanções financeiras, ampliar o bloqueio de bens e até realizar ações táticas contra estruturas ligadas ao presidente venezuelano em qualquer ponto do país.
Segundo documentos divulgados pelo Departamento de Estado em 16 de novembro, a acusação central dos EUA é de que Nicolás Maduro comandaria o Cartel de los Soles, grupo descrito como uma rede de militares e agentes públicos venezuelanos que atuariam no tráfico de drogas em larga escala. Para Washington, a organização seria responsável por facilitar o envio de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para os Estados Unidos, com o objetivo explícito de desestabilizar a sociedade americana.
O governo americano sustenta que o envolvimento de altos oficiais do regime venezuelano, incluindo ministros, militares e integrantes do partido governista, dá ao esquema a característica de “organização criminosa de Estado”. A acusação de terrorismo baseia-se no entendimento de que o tráfico em larga escala, quando usado para atacar a segurança nacional de outro país, pode ser enquadrado na legislação antiterrorismo dos EUA.
Contexto militar e operações em andamento
A escalada diplomática ocorre poucos dias após o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, ter anunciado a operação Lança do Sul, em 13 de novembro. A iniciativa mobiliza o Comando Sul em uma força-tarefa destinada a neutralizar organizações criminosas transnacionais estabelecidas na América Latina — incluindo aquelas que, segundo Washington, têm apoio direto do governo venezuelano.
A operação envolve monitoramento aéreo, cooperação com governos aliados e ações de inteligência que já vinham se intensificando na região do Caribe. Com a possível designação do governo Maduro como grupo terrorista, o Comando Sul poderia ampliar suas operações, autorizando interceptações, bloqueios e até ações direcionadas contra estruturas associadas ao Cartel de los Soles.
Implicações políticas e diplomáticas
Caso a decisão seja oficializada, a Venezuela passará a integrar uma lista que inclui grupos como Hezbollah, Al-Qaeda e Estado Islâmico — uma posição sem precedentes para um governo reconhecido por parte da comunidade internacional. A classificação pode afetar aliados do regime e empresas que mantêm relações comerciais com Caracas, ampliando o isolamento financeiro do país.
Especialistas avaliam que Washington tenta acelerar uma nova estratégia para a região, reforçando sua influência política e militar em meio à ascensão de novos alinhamentos internacionais. Para a Venezuela, o movimento amplia a pressão interna e externa sobre Maduro, que enfrenta desafios econômicos, humanitários e diplomáticos há anos.
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