O motivo central que levou Moraes a decretar a prisão preventiva foi o risco de fuga. Segundo o despacho, o Centro de Monitorização Integrada informou ao STF que houve tentativa de violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 de sábado, horário próximo à detenção.

A situação se agravou após o senador Flávio Bolsonaro convocar, na noite anterior, uma vigília em apoio ao pai, em frente ao condomínio onde ele cumpria prisão domiciliar. Para Moraes, o ato poderia servir para tumultuar a fiscalização policial ou até facilitar eventual fuga, especialmente considerando que a residência do ex-presidente fica a cerca de 15 minutos do Setor de Embaixadas Sul — região onde Bolsonaro já teria planejado buscar asilo político.

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Onde Bolsonaro está preso hoje

Bolsonaro está detido na Superintendência da PF no Distrito Federal, instalada em Brasília. Ele ocupa uma sala especial destinada a autoridades, conforme previsto na legislação brasileira para quem já exerceu a Presidência da República. A estrutura do local inclui cama de solteiro, mesa de trabalho, banheiro privativo, ar-condicionado, frigobar e uma pequena janela — características que diferenciam o espaço das celas comuns.

Essa acomodação é utilizada em situações excepcionais que exigem preservação da integridade física do detido e garantia mínima de segurança institucional. Não houve uso de algemas nem exposição pública do ex-presidente, conforme determinação expressa de Moraes para evitar constrangimentos desnecessários.

Por que Bolsonaro não foi levado para a Papuda

Apesar da dúvida recorrente sobre “Bolsonaro vai para a Papuda?”, o local não foi determinado como destino imediato do ex-presidente. Isso porque sua prisão preventiva não marca o início da execução da pena relacionada à condenação pela tentativa de golpe de Estado.

A Papuda, ou mais especificamente a chamada “Papudinha”, área destinada a autoridades dentro do 9º Batalhão da PMDF, só será utilizada caso a condenação se torne definitiva, após o esgotamento dos recursos.

Enquanto isso, a permanência na PF cumpre função cautelar e visa impedir riscos indicados no despacho do STF, como fuga e interferência nas investigações.

Como será a permanência de Bolsonaro na PF

A Sala de Estado da PF apresenta estrutura simples, porém diferenciada, e é destinada a autoridades de alto escalão. Bolsonaro poderá, mediante autorização judicial, receber livros, objetos pessoais e itens básicos para uso cotidiano. Sua rotina, contudo, será controlada pela Polícia Federal, em observância às determinações impostas pelo STF.

A medida não tem prazo determinado, já que prisões preventivas são revistas periodicamente, de acordo com a evolução do processo, comportamento do detido e apresentação de recursos pela defesa

Situação jurídica atual de Jair Bolsonaro

Bolsonaro cumpre prisão preventiva enquanto ainda recorre da condenação que lhe impôs 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e liderar uma organização criminosa armada. Ele também responde por dano ao patrimônio da União, deterioração de bens tombados e outros crimes relacionados aos atos golpistas de 2022.

Até agosto, estava em prisão domiciliar, acusado de interferir em investigações paralelas. Agora, permanece sob custódia da PF, aguardando decisões sobre recursos e futuros desdobramentos processuais.

A defesa deve seguir pedindo medidas humanitárias, como manutenção de cuidados médicos ou permanência em local isolado, alegando riscos à saúde do ex-presidente.

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