Em meio ao processo de recuperação judicial via Chapter 11 nos Estados Unidos, iniciado em maio, a Azul Linhas Aéreas (AZUL4) anunciou no último final de semana que deixará de operar em 14 cidades e vai cortar 53 rotas de menor rentabilidade.

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A companhia informou que as mudanças têm como objetivo concentrar as operações em seus três principais hubs: Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife.

Com o enxugamento da malha, o número de decolagens diárias deve cair de 931 para 836, uma redução de cerca de 10%. A malha aérea será 22% menor e a relação entre decolagens e rotas subirá 15%, passando de 2,8 para 3,2.

Quais cidades a Azul vai deixar de atender?

A empresa informou apenas que priorizou cortes em regiões de menor rentabilidade e com menor demanda. São elas:

Ceará (CE)

  • Crateús
  • Iguatu
  • São Benedito
  • Sobral

Goiás (GO)

  • Rio Verde

Maranhão (MA)

  • Barreirinhas

Mato Grosso do Sul (MS)

  • Três Lagoas

Paraná (PR)

  • Ponta Grossa

Piauí (PI)

  • Parnaíba
  • São Raimundo Nonato

Rio de Janeiro (RJ)

  • Campos

Rio Grande do Norte (RN)

  • Mossoró

Santa Catarina (SC)

  • Correia Pinto
  • Jaguaruna

Além da redução geográfica, a companhia vai diminuir sua frota em um terço e ajustar o serviço de bordo, substituindo as refeições tradicionais por “boxes” (as populares marmitas). A empresa também vai rever as tarifas com o objetivo de elevar a ocupação média dos voos para 83%, acima dos atuais 80% a 82%.

Para sustentar o plano, a Azul negocia US$ 1,6 bilhão em financiamento e busca até US$ 950 milhões adicionais após a primeira fase da reestruturação. A dívida total da companhia ultrapassa US$ 2 bilhões, e a expectativa é concluir o processo entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026.

Como ficam as ações da Azul (AZUL4) após o anúncio

No pregão da última sexta-feira, dia 8 de agosto de 2025, as ações AZUL4 estavam cotadas a R$ 0,60. Na abertura desta segunda-feira (11), elas permaneceram estáveis em R$ 0,61, valor que também marcou o fechamento do dia anterior.

Esse movimento reflete uma combinação de cautela e esperança. De um lado, os investidores estão preocupados com os impactos de curto prazo dos cortes nas operações e o aumento do risco financeiro decorrente da recuperação judicial.

Por outro, a estratégia de focar nos hubs principais, reduzir custos e ajustar a frota traz um sinal positivo de que a empresa busca voltar à rentabilidade.

No acumulado de 2025, a ação despenca –83%, e em 12 meses a perda chega a –91%. O cenário segue pressionado, mas investidores atentos à reestruturação veem possibilidade de recuperação caso a companhia consiga executar seu plano com sucesso.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.