A B3 amplia horário de funcionamento e, a partir de outubro, investidores poderão negociar contratos futuros de Bitcoin das 8h às 20h, em uma iniciativa que marca uma nova fase no mercado financeiro brasileiro. A mudança foi anunciada nesta sexta-feira (25) pelo vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, Luiz Masagão, durante a plenária da Expert XP, um dos maiores eventos do setor no país.

A medida responde à crescente demanda por ativos digitais e à necessidade de adequar o mercado brasileiro ao ritmo global, permitindo que investidores tenham mais flexibilidade e autonomia nas operações. O novo horário será válido, inicialmente, para os contratos futuros de Bitcoin (BITFUT), mas há planos para expansão futura.

B3 amplia horário de funcionamento: o que muda a partir de outubro?

A principal novidade é a ampliação do horário da Bolsa de Valores brasileira, que passará a operar das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira, no segmento de derivativos. A primeira etapa dessa mudança será aplicada exclusivamente aos contratos futuros de Bitcoin, um dos ativos mais populares entre investidores de perfil arrojado e entusiastas de criptoativos.

Com essa decisão, a B3 (B3SA3) busca tornar o ambiente de negociação mais acessível para pessoas que têm restrições no horário comercial tradicional, como trabalhadores e investidores independentes. O atual período de funcionamento da Bolsa limita oportunidades, principalmente em ativos que operam em tempo integral no exterior, como é o caso do Bitcoin.

Além disso, a extensão do horário é vista como uma forma de estimular a liquidez e aumentar o volume de negociações em ativos que possuem alta volatilidade e grande procura global. A estratégia será implementada de forma gradual e cuidadosa, de acordo com Masagão, evitando impactos negativos no ecossistema financeiro nacional.

Expansão futura pode incluir ações e contratos de dólar

Embora a mudança inicial envolva apenas os contratos futuros de Bitcoin, a B3 já sinalizou que pretende estender o novo modelo para outros ativos. Segundo o vice-presidente da Bolsa, após essa primeira fase, a expectativa é aplicar o mesmo formato aos contratos futuros de índice, como o Ibovespa futuro, e aos contratos futuros de dólar.

Num segundo momento, até mesmo o mercado de ações poderá ser incluído no novo horário estendido. Isso representaria um marco na história da B3, alinhando-a ainda mais com os padrões das bolsas internacionais, que oferecem múltiplas janelas de negociação para atender investidores em diferentes fusos horários.

Demanda dos investidores impulsiona mudança

Um dos principais fatores que motivaram a decisão da B3 foi o comportamento dos investidores brasileiros, muitos dos quais têm enfrentado dificuldades para operar no atual horário de mercado. A impossibilidade de negociar fora do expediente comercial tem limitado o acesso a oportunidades estratégicas.

“Há muitos investidores que não conseguem se posicionar durante o horário tradicional, pois estão trabalhando”, destacou Masagão. “O mundo é globalizado, e há ativos brasileiros sendo negociados em Nova York, Londres e Cingapura em horários que, no Brasil, o mercado está fechado.”

Essa adaptação ao cenário global busca manter a competitividade da B3 frente a outras bolsas internacionais. O Bitcoin, por exemplo, é negociado 24 horas por dia em plataformas de criptoativos no exterior, o que obriga o investidor brasileiro a recorrer a outras corretoras quando o mercado local está inativo.

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