A possível fusão entre Rede D’Or e Fleury vem movimentando o mercado de saúde privada no Brasil. Negociações recentes, que ganharam destaque na última semana, indicam um movimento estratégico que pode integrar serviços de diagnósticos e hospitais, criando uma operação robusta e completa. Com essa união, o setor privado de saúde no país poderá passar por uma transformação significativa, ampliando oferta e eficiência dos serviços para milhões de brasileiros.

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Negociações acendem o mercado e impulsionam ações do Fleury

Na última segunda-feira (21), as ações do Fleury registraram forte alta, subindo mais de 16%, reflexo das notícias sobre as tratativas entre o grupo de laboratórios e a Rede D’Or, maior operadora privada de saúde do Brasil. Por volta das 14h, as ações estavam cotadas a R$ 14,67, um salto de R$ 2,04 em relação ao fechamento do dia anterior.

A informação da negociação foi inicialmente divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no domingo, e rapidamente ganhou repercussão no mercado financeiro. A Rede D’Or, controlada pela família Moll, já teria iniciado contatos com acionistas relevantes do Fleury, incluindo Bradesco Seguros e médicos com participação significativa na empresa.

Essa movimentação, ainda sem confirmação oficial, sugere uma possível integração que pode gerar uma operação com atuação desde a realização de exames até o atendimento hospitalar completo.

Rede D’Or: líder hospitalar com atuação ampliada no setor de saúde

A Rede D’Or São Luiz encerrou 2024 consolidada como a maior operadora de hospitais privados do Brasil, com 75 unidades e quase 10 mil leitos em operação. Em 2022, o grupo expandiu sua atuação ao incorporar a SulAmérica, passando também a atuar como seguradora de saúde, o que reforçou sua presença estratégica no setor.

Em 2024, a Rede D’Or alcançou uma receita operacional de R$ 50,6 bilhões e lucro líquido de R$ 3,93 bilhões, demonstrando seu robusto desempenho financeiro e capacidade de investimento. Essa posição consolidada dá ao grupo um poder considerável para liderar processos de fusão e aquisição.

Fleury: referência em medicina diagnóstica com forte expansão

O Grupo Fleury mantém sua liderança na medicina diagnóstica no Brasil, combinando crescimento orgânico com aquisições estratégicas que ampliam sua presença regional e portfólio de serviços.

Após a fusão com o Instituto Hermes Pardini em 2023, o Fleury consolidou uma receita líquida combinada de R$ 7,8 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em março de 2025. O grupo também investiu cerca de R$ 240 milhões na aquisição dos grupos São Lucas, Confiança e Hemolab, aumentando sua atuação para 14 estados e o Distrito Federal.

Essa estratégia reforça a capacidade do Fleury de atender uma base diversificada de clientes, consolidando-se como um player essencial no ecossistema da saúde privada.

Empresas reforçam que negociação está em avaliação e não há decisão formal

Apesar da movimentação no mercado, tanto a Rede D’Or quanto o Fleury divulgaram fatos relevantes afirmando que estão “permanentemente avaliando oportunidades de expansão”, que podem incluir aquisições ou combinações com outras empresas do setor.

No entanto, ambas reforçam que não existe qualquer decisão tomada, proposta formal ou documento assinado envolvendo a negociação entre os dois grupos. Essa cautela é comum em processos desse porte, que envolvem múltiplas etapas regulatórias e negociações com acionistas.

Impactos esperados da fusão para o mercado de saúde privada

Se concretizada, a fusão entre Rede D’Or e Fleury pode transformar o cenário da saúde privada brasileira. Ao integrar serviços de diagnósticos laboratoriais e hospitalares, a operação poderia oferecer soluções completas e coordenadas, com potencial para reduzir custos, melhorar a experiência do paciente e ampliar a cobertura.

Além disso, a combinação das expertises da Rede D’Or na gestão hospitalar e do Fleury na medicina diagnóstica pode incentivar inovação tecnológica e novos modelos de atendimento, como telemedicina integrada e cuidados preventivos personalizados.