IFI aponta que cumprir a meta fiscal de 2025 está mais fácil do que nos últimos anos
A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado aponta que cumprir a meta fiscal de 2025 está mais viável do que nos últimos dois anos, graças à queda do déficit primário e ao controle das despesas públicas no primeiro semestre.

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado avaliou que a meta fiscal de 2025 está mais próxima de ser cumprida em comparação com os anos de 2023 e 2024. A análise está detalhada no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) divulgado em julho, que traz dados econômicos do primeiro semestre de 2025 e indica uma melhora na situação fiscal do país. A expectativa é que esse cenário mais favorável contribua para o equilíbrio das contas públicas ao longo do ano.
Queda do déficit primário corrente confirma tendência de melhora fiscal
Segundo a IFI, a tendência de atenuação do desequilíbrio fiscal se confirma com a redução do déficit primário corrente entre 2024 e 2025. Essa evolução positiva, no entanto, exige cautela, uma vez que o Orçamento da União para 2025 só foi aprovado em março, o que naturalmente atrasou a execução das despesas previstas.
O relatório explica que o pagamento dos precatórios, que tradicionalmente ocorre ao longo do ano, será concentrado em julho, influenciando a dinâmica orçamentária do primeiro semestre. Além disso, houve uma execução menor das emendas parlamentares e das despesas discricionárias não rígidas nesse período.
Outro fator importante foi a queda real de 7,4% nos valores pagos no programa Bolsa Família no primeiro semestre de 2025. Essa redução decorreu da diminuição de 2,1% no número de famílias beneficiadas e do valor médio real menor dos benefícios concedidos, contribuindo para o controle das despesas públicas.
Contexto econômico indica menor crescimento e pressões inflacionárias moderadas
A IFI destaca que o ambiente econômico em 2025 está marcado por uma combinação de fatores que impactam o crescimento do país. A política monetária contracionista adotada pelo Banco Central, o impulso fiscal mais moderado e a instabilidade no cenário externo devem resultar em um crescimento econômico inferior ao dos anos anteriores.
Ainda assim, o relatório aponta que a economia brasileira opera acima do seu nível potencial, o que mantém pressões inflacionárias, embora em intensidade menor do que em períodos passados. Esse cenário reforça a necessidade de um acompanhamento constante da política fiscal para garantir o equilíbrio das contas públicas e a manutenção do controle da inflação.
Incógnitas sobre a taxação dos EUA sobre produtos brasileiros
Um ponto de atenção destacado pela IFI é a taxação de 50% que os Estados Unidos anunciaram sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto de 2025. A instituição afirma que os efeitos dessa medida sobre a economia nacional ainda não estão claros, tampouco as respostas que o governo brasileiro poderá adotar para minimizar impactos negativos.
Essa medida dos EUA pode afetar o desempenho do comércio exterior brasileiro e, consequentemente, a arrecadação tributária e a execução do orçamento federal, fatores que influenciam diretamente o cumprimento da meta fiscal de 2025.