A fabricante brasileira Embraer (EMBR3) está na disputa para fornecer aeronaves à companhia aérea Royal Air Maroc, que busca ampliar e modernizar sua frota. A informação foi revelada à Reuters por uma fonte com conhecimento das tratativas, que seguem em andamento. O movimento reforça o posicionamento da Embraer no mercado internacional e pode representar um avanço estratégico importante no setor de aviação regional.

Embraer (EMBR3) disputa fornecimento de aviões para companhia marroquina

De acordo com a fonte, que pediu anonimato, a Royal Air Maroc estruturou seu plano de expansão em três categorias de aeronaves, e a Embraer (EMBR3) está entre as concorrentes na categoria de jatos regionais, com capacidade menor. Essa categoria é justamente o segmento onde a fabricante brasileira tem se destacado com sua linha E-Jet E2, desenvolvida para eficiência operacional, sustentabilidade e redução de custos para companhias aéreas.

O interesse da empresa africana surge em um momento de recuperação e crescimento do setor aéreo no continente, o que amplia as oportunidades para fabricantes de aeronaves de médio e pequeno porte. A entrada da Embraer nesse processo de seleção reforça sua competitividade frente a grandes players da indústria global, como Airbus e Boeing.

CEO da Royal Air Maroc confirma negociações com a Embraer (EMBR3)

Durante um evento empresarial realizado recentemente no Marrocos, com a presença de empresários brasileiros e internacionais, o CEO da Royal Air Maroc, Abdelhamid Addou, confirmou publicamente que a companhia está negociando a aquisição de até 200 aeronaves. Segundo reportado pelo jornal Folha de S.Paulo, Addou mencionou diretamente a Embraer (EMBR3) como um dos fornecedores em consideração.

O executivo afirmou ainda que os modelos da linha E-Jet E2 estão sendo avaliados pela companhia como uma solução para suas operações regionais. Essa confirmação oficial fortalece os rumores de que a fabricante brasileira esteja bem posicionada na disputa, mesmo sem uma manifestação pública da empresa até o momento.

Embraer (EMBR3) mantém silêncio; concorrência inclui Airbus e Boeing

Apesar da confirmação por parte da Royal Air Maroc, a Embraer (EMBR3) optou por não comentar oficialmente sobre as negociações. Essa postura é comum em processos comerciais estratégicos, especialmente quando envolvem concorrência direta com outras fabricantes. Procurada pela imprensa, a companhia informou que “não comentará o assunto”. Já a Royal Air Maroc não respondeu aos pedidos de contato.

Enquanto isso, a disputa conta com concorrência acirrada. Informações anteriores da própria Reuters revelaram que a Airbus está próxima de firmar um contrato para fornecer cerca de 20 jatos A220 à Royal Air Maroc. Além disso, a Boeing também participa do processo, especialmente nas categorias de aeronaves de maior porte, com modelos como o 737 MAX e o 787 Dreamliner, que já fazem parte da frota da empresa marroquina.

Ações da Embraer (EMBR3) oscilam após rumores de negociação

A divulgação das tratativas com a Royal Air Maroc impactou diretamente o desempenho das ações da Embraer (EMBR3) na B3. Os papéis chegaram a registrar alta superior a 2% durante o pregão, mas acabaram revertendo os ganhos e fecharam com queda de 3,7%. O movimento reflete a sensibilidade do mercado a negociações internacionais e à ausência de confirmação formal por parte da fabricante brasileira.

Para investidores e analistas, a possibilidade de a Embraer fechar novos contratos no exterior é sempre vista como um indicativo de crescimento e fortalecimento da sua presença global. A empresa já conta com histórico de fornecimento para diversas companhias fora do Brasil, incluindo parcerias recentes na Europa, América do Norte e África.