O bilionário Elon Musk perde R$ 150 bilhões em um único dia, em meio a uma acirrada troca de críticas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O embate entre os dois gigantes da política e tecnologia derrubou as ações da Tesla em 14% nesta quinta-feira (5), apagando mais de US$ 150 bilhões em valor de mercado da montadora de carros elétricos.

A repercussão da briga pública foi imediata e intensa no mercado financeiro, especialmente porque ocorreu em um dia de baixa volatilidade nos índices de Wall Street. Investidores demonstraram forte preocupação com os possíveis desdobramentos políticos e regulatórios para os negócios de Musk.

Elon Musk perde R$ 150 bilhões: impacto direto da briga pública com Trump

A fortuna de Elon Musk sofreu uma retração de US$ 26,7 bilhões (aproximadamente R$ 150 bilhões), segundo estimativas atualizadas da Forbes. O empresário sul-africano, fundador da Tesla e da SpaceX, viu seu patrimônio cair abaixo da marca de US$ 400 bilhões, alcançando US$ 388 bilhões — patamar não registrado desde o primeiro trimestre deste ano.

A queda expressiva no valor das ações da Tesla foi provocada por uma escalada de tensões entre Musk e Trump, com ataques mútuos em redes sociais e entrevistas. Em uma declaração recente, Musk sugeriu que Trump não teria conquistado seu segundo mandato sem sua influência. Em resposta, o atual presidente reagiu com ironias e insultos, afirmando que o bilionário estava “LOUCO” e que “devia mais ao governo do que imagina”.

O mercado entendeu a disputa como um possível prenúncio de mudanças no ambiente regulatório para a Tesla, especialmente no que diz respeito aos testes e implementação da tecnologia de direção autônoma — uma área altamente sensível e dependente de aprovação governamental.

Desvalorização da Tesla supera gigantes do setor automotivo

A Tesla teve um dos piores dias em sua história recente na bolsa de valores. A queda de 14% no valor das ações nesta quinta-feira representa a maior retração diária desde março deste ano e está entre as 11 maiores já registradas pela empresa desde sua estreia no mercado financeiro, em 2010.

O impacto financeiro foi tão grande que o valor perdido em um único dia — mais de US$ 150 bilhões — ultrapassa a capitalização de mercado combinada de outras três montadoras americanas: Ford, General Motors e Rivian. Esse dado reforça o grau de sensibilidade que o mercado demonstra frente à figura de Elon Musk e às suas controvérsias públicas.

É importante lembrar que a Tesla, sob comando de Musk, sempre foi altamente influenciada por fatores externos à performance financeira da companhia. Declarações polêmicas, movimentos políticos e posicionamentos nas redes sociais já provocaram quedas e altas abruptas diversas vezes ao longo da última década.

Investidores temem consequências regulatórias para a Tesla

Além da queda no preço das ações e da perda patrimonial de Musk, analistas de mercado apontam para riscos mais profundos: o conflito com Trump pode ter impactos duradouros no ambiente regulatório em que a Tesla opera. A empresa investe pesadamente em inovação tecnológica, especialmente no desenvolvimento de carros com direção autônoma — setor que depende de aprovação e fiscalização do governo federal.

Com a volta de Trump à presidência, investidores temem que um ambiente mais hostil seja criado para a Tesla, seja por meio de barreiras regulatórias, seja pela limitação de incentivos governamentais. Esse receio se reflete na fuga de capital das ações da empresa e pode representar desafios estratégicos a médio prazo.

Desempenho da Tesla piora desde retorno de Trump à presidência

Desde a posse de Donald Trump em janeiro, as ações da Tesla acumulam uma queda de cerca de 33%, enquanto o índice S&P 500 recuou menos de 1% no mesmo período. A discrepância evidencia como fatores políticos e pessoais — em especial, o papel público de Elon Musk — têm afetado diretamente o desempenho da companhia.

A relação entre os dois já foi amistosa em alguns momentos, com Musk participando de conselhos consultivos no início do primeiro mandato de Trump. No entanto, com o passar dos anos, divergências ideológicas e estratégicas criaram um clima de hostilidade, que agora se manifesta abertamente nas redes sociais e no mercado financeiro.