Em uma semana com menor volume de eventos internacionais, o foco dos investidores se volta para indicadores econômicos nacionais, como o IBC-Br de março, o Boletim Focus e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Com uma agenda mais enxuta, os dados brasileiros ganham protagonismo e devem guiar o comportamento do mercado nos próximos dias.

Brasil no centro das atenções: IBC-Br e outros dados dominam a agenda

A semana começa com a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de março, que será publicado nesta segunda-feira (20), às 9h. O indicador é considerado uma espécie de “prévia do PIB” e fornece um panorama do desempenho da economia brasileira no fim do primeiro trimestre. A expectativa do mercado é de que os dados tragam mais clareza sobre o ritmo da recuperação econômica e seus possíveis desdobramentos na política monetária.

Também nesta segunda, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgará o Monitor do PIB, que complementa o diagnóstico macroeconômico ao apresentar uma estimativa mensal da atividade econômica. Já às 8h25, o Banco Central divulgará o tradicional Boletim Focus, que resume as expectativas do mercado para inflação, crescimento, câmbio e taxa Selic. As projeções atualizadas ganham ainda mais importância diante da aproximação das próximas decisões de política monetária.

Na quarta-feira (22), o Banco Central apresenta o Relatório da Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito, que trará informações sobre o comportamento dos empréstimos e financiamentos no país, além das taxas de inadimplência e concessões de crédito. Esse relatório oferece pistas sobre o nível de atividade e o impacto da taxa básica de juros na economia real.

Você pode acompanhar análises de outros indicadores como o PIB brasileiro ou a inflação no Brasil para entender como esses dados se relacionam com o IBC-Br e a política monetária.

Reunião do CMN e dados inflacionários complementam o cenário doméstico

A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para quinta-feira (23), é outro ponto de atenção. Embora o encontro não costume gerar anúncios imediatos, ele pode sinalizar mudanças relevantes em diretrizes da política econômica, como a meta de inflação ou a regulação do sistema financeiro. Qualquer indicação nesse sentido pode impactar as expectativas do mercado e influenciar futuras decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Ainda na quinta-feira, a FGV divulgará a segunda prévia do IGP-M de maio, índice amplamente utilizado no reajuste de contratos de aluguel. A variação do indicador pode oferecer pistas adicionais sobre o comportamento da inflação, especialmente no setor atacadista e de construção civil.

Seminários e eventos com autoridades do Banco Central movimentam a semana

Dois seminários promovidos pela FGV também prometem chamar a atenção dos analistas econômicos. Na quarta-feira (22), acontece o 3º Seminário MacroLab de Conjuntura, com participação de representantes do Banco Central e de economistas do setor privado. Já na sexta-feira (24), o XI Seminário Anual de Política Monetária contará com a presença de Gabriel Galípolo, atual diretor do Banco Central e cotado para a presidência da instituição. A participação de Paulo Picchetti, membro do Copom, também está confirmada.

Esses eventos são vistos como oportunidades para captar nuances do pensamento da autoridade monetária, especialmente em um momento em que se discute o fim do ciclo de cortes na taxa Selic.

Agenda internacional discreta reduz influência externa sobre os mercados

Com poucos eventos internacionais relevantes, a atenção do mercado global tende a se concentrar nos dados da China, Reino Unido e Estados Unidos. Na segunda-feira à noite, a China divulga seus dados de vendas no varejo, produção industrial e investimento em ativos fixos, que devem mostrar a resiliência da segunda maior economia do mundo. Já nos EUA, os investidores acompanharão o PMI composto, dados do mercado imobiliário e os pedidos de seguro-desemprego ao longo da semana.

Apesar de importantes, esses dados dificilmente terão impacto significativo sobre os mercados brasileiros, dada a ausência de decisões de política monetária nos principais bancos centrais globais nesta semana.

Outros indicadores relevantes complementam o cenário doméstico

Além do IBC-Br, Boletim Focus e CMN, outros dados merecem atenção, ainda que com impacto mais localizado. Entre eles:

  • IPC da Fipe (segunda-feira): terceira quadrissemana de maio.
  • Fluxo cambial semanal (quarta-feira, 14h30).
  • Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) e Sondagem Industrial da FGV (quinta-feira).
  • IPC-S da FGV (sexta-feira, 8h).
  • Censo Demográfico 2022: Pessoas com deficiência e autismo (sexta-feira, 10h) – divulgado pelo IBGE.