Com a morte do papa Francisco, os olhos do mundo católico se voltam ao conclave, e entre os nomes apontados como possíveis sucessores está o brasileiro Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil. A menção ao religioso foi feita pela imprensa francesa, que o incluiu na lista de cardeais mais cotados para assumir o comando da Igreja Católica.

O nome do cardeal aparece entre os 15 favoritos destacados pelo jornal francês Libération, reforçando o peso da presença brasileira entre os líderes eclesiásticos mais influentes da atualidade. Com isso, a possibilidade de um papa brasileiro, embora vista com ceticismo por parte das congregações nacionais, ganha repercussão internacional.

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Quem é Dom Sergio da Rocha, o brasileiro citado para o papado

Com uma longa trajetória dentro da Igreja, Dom Sergio da Rocha é um dos principais representantes do episcopado brasileiro. Aos 65 anos, ele comanda desde 2020 a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, a mais antiga do país — por isso, carrega também o título de primaz do Brasil.

Natural de Dobrada, interior de São Paulo, o cardeal iniciou sua caminhada religiosa ainda jovem e, ao longo dos anos, consolidou-se como uma liderança nacional. Em 2011, foi nomeado arcebispo de Brasília, cargo que ocupou até sua transferência para Salvador. Sua atuação à frente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre 2015 e 2019, o destacou ainda mais dentro da hierarquia católica.

Em 2016, foi elevado ao cardinalato pelo papa Francisco. Já em 2023, passou a integrar o seleto grupo de cardeais que compõem o C9 — o conselho que auxilia diretamente o pontífice na condução de reformas e decisões importantes para a Igreja Católica em nível mundial.

Declarações equilibradas diante das especulações sobre o conclave

Mesmo diante da projeção internacional, Dom Sergio da Rocha tem se mostrado discreto sobre a possibilidade de vir a ser escolhido papa. Em recente entrevista, ele afirmou que o momento é de oração e reflexão, e que qualquer discussão sobre o conclave deve ser conduzida com serenidade e fé.

“O conclave está nas mãos de Deus. Certamente, o Espírito Santo irá conduzir os cardeais eleitores para a decisão que for a que Deus quer para a Igreja”, disse ele ao ser questionado sobre sua possível eleição.

O cardeal aproveitou a ocasião para enaltecer o legado de simplicidade do papa Francisco, citando a escolha do nome pontifício como um gesto significativo que marcou o início de um pontificado voltado à humildade e ao cuidado com os pobres.

Brasil terá sete cardeais com direito a voto no conclave

O colégio cardinalício brasileiro tem presença marcante entre os eleitores do próximo papa. Ao todo, sete cardeais brasileiros estão aptos a votar no conclave, já que possuem menos de 80 anos — idade máxima permitida para votar, conforme as regras do Vaticano.

Além de Dom Sergio, também participarão da eleição os cardeais:

  • Dom Odilo Pedro Scherer (São Paulo)
  • Dom João Braz de Aviz (emérito de Brasília)
  • Dom Orani João Tempesta (Rio de Janeiro)
  • Dom Paulo Cezar Costa (Brasília)
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner (Manaus)
  • Dom Jaime Spengler (Porto Alegre)

Outros nomes respeitados, como Dom Raymundo Damasceno Assis, que tem mais de 80 anos, não poderão votar, mas ainda podem ser escolhidos como papa, uma vez que o conclave permite que qualquer cardeal seja eleito, independentemente da idade.