Ibovespa fecha em queda com conflito comercial entre EUA e China
Apesar do começo positivo, pregão desta terça-feira frecha em baixa, reunindo destaques negativos no varejo, e em setores ligados a commodities.

O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (8) em queda de 1,32%, aos 123.931,89 pontos, acumulando perdas superiores a 5% nos últimos cinco dias. O principal índice da bolsa brasileira refletiu o agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que tem gerado insegurança nos mercados globais.
Guerra tarifária entre EUA e China pressiona ativos de risco
Apesar de ter iniciado o dia com ganhos superiores a 1%, o Ibovespa não sustentou o otimismo. O humor do mercado azedou após os Estados Unidos confirmarem a entrada em vigor de uma nova tarifa de 104% sobre produtos chineses, válida a partir desta quarta-feira (9). A medida gerou forte aversão ao risco entre investidores.
Segundo a secretária de imprensa norte-americana, Karoline Leavitt, o governo Trump acredita que a China precisa negociar, e que retaliar foi um erro estratégico. A declaração foi interpretada como um recado direto às demais economias globais, ainda à margem das negociações comerciais.
Impactos globais: bolsas asiáticas mistas e Europa em alta antes da notícia
Antes da divulgação oficial da tarifa, os mercados asiáticos encerraram o dia sem direção única. Enquanto Tailândia e Indonésia registraram quedas expressivas, as bolsas de Tóquio, China e Austrália fecharam no positivo. Já na Europa, os índices mostraram força: o DAX (Frankfurt) avançou 2,48%, o CAC 40 (Paris) subiu 2,50% e o pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 2,72%.
Nos Estados Unidos, o impacto foi imediato: o Nasdaq caiu 2,15%, o S&P 500 recuou 1,57%, e o Dow Jones fechou em baixa de 0,84%.
Commodities e varejo sofrem no Brasil
No Brasil, setores ligados a commodities e consumo interno foram duramente atingidos. As ações da Vale (VALE3) despencaram 5,48%, enquanto Petrobras (PETR4) caiu 3,56%, pressionada também pela desvalorização do petróleo no exterior.
O varejo sentiu fortemente o impacto do cenário externo e de cortes de recomendação por parte de bancos. As ações do Magazine Luiza (MGLU3) afundaram 13,41%, liderando as perdas do dia. O setor supermercadista também sofreu: Assaí (ASAI3) caiu 4,24%, mesmo com forte volume de negociações.
Setor financeiro fica estável, com exceção de Itaú
Entre os bancos, o desempenho foi misto, mas predominantemente negativo. Bradesco (BBDC4) caiu 2,75%, Santander (SANB11) recuou 1,51%, e Banco do Brasil (BBAS3) teve leve queda de 0,18%. O único a fechar no azul foi o Itaú Unibanco (ITUB4), que avançou discretos 0,03%.
Destaques positivos: Embraer e seguradoras nadam contra a maré
Poucas ações conseguiram escapar do mau humor do mercado. A Embraer (EMBR3) subiu 0,82% após declarar que a guerra tarifária não afeta suas projeções para 2025. Também se destacaram positivamente BB Seguridade (BBSE3), com alta de 0,95%, e Caixa Seguridade (CXSE3), que avançou 2,58%, ambas impulsionadas por análises favoráveis de grandes instituições financeiras.
Maiores altas do índice Ibovespa hoje (08)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
CPFE3 | +5.72% | R$ 39,57 |
LWSA3 | +2.67% | R$ 2,69 |
AZZA3 | +2.19% | R$ 24,75 |
ENEV3 | +2.14% | R$ 11,95 |
POMO4 | +1.88% | R$ 5,96 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (08)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
MGLU3 | -13.41% | R$ 8,78 |
AMOB3 | -8.00% | R$ 0,23 |
CSAN3 | -5.99% | R$ 6,59 |
BRKM5 | -5.62% | R$ 8,90 |
HYPE3 | -4.48% | R$ 19,17 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 123.932 | -1.656 | -1,32% |
🇧🇷 USD/BRL | 6,0129 | +0,0998 | +1,69% |
🇺🇸 S&P 500 | 4.982,78 | -79,47 | -1,57% |
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