A Gol (GOLL4), uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou nesta segunda-feira (7) a conclusão de um importante acordo com a fabricante americana Boeing. O acerto, realizado no contexto do processo de recuperação judicial (Chapter 11) em andamento nos Estados Unidos, representa um avanço significativo no plano de reestruturação da empresa. Com a negociação, será possível liberar um montante de R$ 1,389 bilhão para distribuição entre credores, além de viabilizar medidas para a redução do elevado endividamento da companhia.

Negociação com a Boeing impulsiona plano de reestruturação da Gol (GOLL4)

O acordo firmado entre a Gol (GOLL4) e a Boeing é considerado estratégico no contexto do Chapter 11, processo de proteção judicial contra credores iniciado pela companhia em janeiro de 2024 nos Estados Unidos. Segundo comunicado enviado ao mercado, a conclusão das negociações com a fabricante representa um “marco importante” nos objetivos de recuperação da empresa.

A Gol mantém atualmente pedidos para 91 aeronaves Boeing 737 MAX, modelo central em sua frota. O bom relacionamento com a fabricante, portanto, é essencial para garantir a continuidade das operações da companhia aérea, sobretudo em um momento em que a renovação e eficiência da frota estão diretamente ligadas à sua saúde financeira de longo prazo.

Como parte do acordo, a empresa brasileira poderá distribuir ao menos US$ 235 milhões (aproximadamente R$ 1,389 bilhão) a credores quirografários gerais, conforme previsto no plano de reestruturação apresentado à Justiça norte-americana.

Esse valor representa uma melhora substancial na perspectiva de recuperação dos credores, que até então enfrentavam incertezas quanto à recuperação de seus investimentos. A transação se soma a um acordo tributário anteriormente divulgado, o que reforça o compromisso da empresa em buscar soluções sustentáveis para sua dívida.

Gol (GOLL4) mira redução de endividamento superior a US$ 2,5 bilhões

Além de liberar recursos importantes aos credores, a Gol (GOLL4) pretende avançar na redução de seu endividamento total. De acordo com a companhia, há planos para converter ou quitar aproximadamente US$ 1,7 bilhão em dívidas contraídas antes do início do processo de Chapter 11. A esse valor somam-se outros US$ 850 milhões relacionados a diferentes obrigações financeiras.

Essa medida visa tornar a estrutura de capital da Gol mais enxuta e adequada ao seu fluxo de caixa operacional. Ao eliminar passivos significativos, a companhia espera ganhar fôlego para focar na retomada de suas operações e na reconquista da confiança de investidores e parceiros de negócio.

Segundo analistas do setor, o sucesso da reestruturação poderá recolocar a Gol (GOLL4) em posição de destaque no mercado doméstico e internacional, especialmente diante de uma demanda por voos que vem se recuperando gradualmente após os impactos da pandemia de Covid-19 e os desafios recentes enfrentados pelas companhias aéreas.

Chapter 11: proteção judicial nos EUA como ferramenta de reorganização

A escolha pelo processo de Chapter 11, nos Estados Unidos, foi uma estratégia da Gol (GOLL4) para garantir proteção contra credores e manter suas operações em funcionamento enquanto negocia condições mais favoráveis para seu passivo. Essa modalidade de recuperação judicial é amplamente utilizada por empresas internacionais e permite maior flexibilidade na renegociação de dívidas, contratos e obrigações.

Desde o anúncio da recuperação judicial, a companhia tem divulgado etapas importantes do plano de reestruturação, que inclui negociações com fornecedores estratégicos, credores financeiros e entidades governamentais. O acordo com a Boeing, neste contexto, é mais um passo decisivo para viabilizar uma saída sustentável da crise financeira que atinge a empresa.

Gol (GOLL4) busca reconstruir confiança com investidores e mercado

Com os avanços recentes no plano de recuperação, a Gol (GOLL4) busca restabelecer sua imagem no mercado financeiro. A liberação de recursos para os credores e a sinalização de comprometimento com a redução de dívidas podem funcionar como elementos-chave para recuperar a confiança de investidores, acionistas e parceiros comerciais.

Além disso, a conclusão de acordos estratégicos pode impactar positivamente o desempenho das ações da companhia (GOLL4) na B3. Embora a recuperação ainda dependa de vários fatores, como a evolução da demanda por transporte aéreo e a estabilização da economia brasileira, os esforços da empresa indicam um caminho promissor.