Desaprovação de Lula atinge 52,6%, recorde histórico, enquanto avaliação positiva fica abaixo de 30%
A pesquisa Futura Inteligência divulgada em março de 2025 revela que a desaprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva atingiu um recorde de 52,6%, enquanto a avaliação positiva caiu para 26,8%.

A desaprovação ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou um novo recorde, atingindo 52,6% segundo a mais recente pesquisa realizada pelo instituto Futura Inteligência. Este aumento no índice de avaliação negativa, em comparação com a pesquisa anterior de dezembro de 2024, reflete a insatisfação crescente da população com a gestão do governo. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (26) e revela que, pela primeira vez desde o início da série histórica, a avaliação negativa superou a marca de 50%, enquanto a avaliação positiva ficou abaixo de 30%. Esses números indicam um cenário desafiador para a administração do presidente, com consequências políticas e econômicas significativas.
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O aumento da desaprovação
De acordo com os dados da pesquisa Futura, a desaprovação ao governo Lula subiu de 43,2% para 52,6%, um aumento de 9,4 pontos percentuais desde a última rodada de pesquisa. Por outro lado, a avaliação positiva (classificada como ótimo ou bom) caiu para 26,8%, uma redução de 5,6 pontos percentuais. Isso marca uma inversão significativa nos sentimentos da população, com uma crescente percepção negativa sobre o governo.
Esses resultados refletem o crescente descontentamento da população em relação à economia e à inflação, questões que têm sido o principal ponto de crítica ao governo. Embora a pesquisa também mostre que 20,2% dos entrevistados consideram o trabalho do presidente como regular, é evidente que a maior parte da população está insatisfeita com a gestão atual.
A economia e a inflação
A principal razão apontada para a queda na avaliação de Lula está diretamente ligada à economia e à inflação. A pesquisa revelou que 59,1% dos brasileiros consideram a situação econômica do país como ruim ou péssima, um índice que reflete o desconforto generalizado da população com as dificuldades financeiras. Além disso, a atuação do governo no combate à alta dos preços foi desaprovada por 64,7% dos entrevistados, o que aponta para uma insatisfação significativa com as políticas adotadas para controlar a inflação.
A inflação, especialmente nos itens essenciais como alimentos e combustíveis, tem pressionado o orçamento das famílias, o que tem gerado uma queda na confiança da população no governo. Além disso, a falta de soluções rápidas para a geração de empregos e o crescimento econômico tem acentuado o sentimento de frustração, como indicado pelo fato de que 42,8% dos entrevistados classificaram a criação de empregos como ruim ou péssima.
Análise por grupos
A pesquisa também traz insights sobre os grupos da sociedade que mais aprovam ou desaprovam o governo de Lula. As pessoas que mais demonstram apoio ao presidente são mulheres, pessoas acima de 45 anos, com ensino fundamental completo, renda de até um salário mínimo, católicos e moradores do Nordeste. No entanto, há um aumento da insatisfação dentro de alguns desses grupos, como as mulheres e os nordestinos, que historicamente costumavam ser mais favoráveis ao governo Lula.
Por outro lado, os grupos que mais desaprovam o trabalho do presidente são homens entre 35 e 59 anos, com ensino médio ou superior completo, com renda acima de um salário mínimo, evangélicos e moradores das regiões Sul e Sudeste. Esses dados indicam que a insatisfação não está restrita a uma única classe social, mas sim atravessa diferentes grupos demográficos e econômicos, refletindo um amplo espectro de descontentamento com o governo atual.
Medidas do governo
Em resposta às críticas, o governo Lula adotou algumas medidas, como o corte de impostos sobre a importação de alimentos e a criação de um novo programa de consignado para trabalhadores. Essas ações visam aliviar a pressão sobre os consumidores e ajudar a reduzir os impactos da inflação. No entanto, a eficácia dessas medidas ainda está sendo questionada, especialmente considerando que muitas famílias continuam enfrentando dificuldades financeiras e a inflação permanece alta.
O governo também tem enfrentado desafios em relação à criação de empregos, com 42,8% dos entrevistados avaliando negativamente a situação do mercado de trabalho no Brasil. O aumento do desemprego e a falta de oportunidades em setores chave têm sido temas centrais das críticas ao governo, que ainda não conseguiu implementar uma política eficaz de geração de empregos e recuperação econômica.