Ibovespa fecha em queda enquanto índices de Wall Street avançam
O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,77%, impactado pela alta do dólar e incertezas econômicas internas.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou queda no dia 24 de março de 2025, enquanto os principais índices de Wall Street avançaram com força. A expectativa de um alívio nas tarifas dos EUA movimentou os mercados internacionais, mas no Brasil, o cenário seguiu desafiador, com a alta do dólar e a pressão sobre os DIs.
Ibovespa sofre pressão interna e fecha com queda
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, encerrou o pregão com uma queda de 0,77%, fechando aos 131.321,44 pontos, o que representou uma perda significativa de 1.023,44 pontos em relação à abertura. Essa queda seguiu o movimento de pressão interna no Brasil, com o dólar comercial registrando sua terceira alta consecutiva, fechando em R$ 5,752. O real também perdeu terreno frente a outras moedas, com o índice DXY, que mede a força do dólar contra as principais moedas, subindo 0,21%.
O impacto das tarifas de Donald Trump nos mercados internacionais
Enquanto o mercado brasileiro enfrentava dificuldades, Wall Street experimentou um dia de ganhos robustos. O Dow Jones subiu 1,40%, o S&P 500 avançou 1,76% e o Nasdaq teve uma alta expressiva de 2,27%. O otimismo no mercado americano foi impulsionado pela expectativa de que o presidente dos EUA, Donald Trump, poderia amenizar as tarifas impostas a diversos produtos, incluindo automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos.
Apesar do otimismo gerado pelas notícias, Trump alertou que, em breve, anunciará novas tarifas, incluindo uma taxa de 25% para países que adquirirem petróleo e gás da Venezuela. Esse movimento levantou preocupações, mas também foi visto como uma medida que poderia, ao ser mais direcionada, reduzir os riscos de uma guerra comercial total. A possibilidade de uma abordagem mais tática nas tarifas gerou um alívio nas preocupações dos investidores, especialmente aqueles focados na economia dos EUA.
Charlie Ripley, estrategista sênior de investimentos da Allianz Investment Management, comentou à CNBC que as condições de mercado estão melhorando, uma vez que a angústia em torno das tarifas recíprocas está diminuindo. Para ele, uma estratégia mais diluída pode impulsionar o crescimento econômico nos Estados Unidos.
Dólar e juros no Brasil: contexto de cautela
Enquanto o mercado internacional se animava, o Brasil se mantinha em um cenário mais cauteloso. O governo brasileiro, apesar de tentar reforçar a confiança em sua agenda econômica, não conseguiu evitar a pressão sobre os ativos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo acredita que o arcabouço fiscal seguirá sendo uma boa estratégia, embora admitiu que ajustes na máquina pública ainda são necessários.
No campo da inflação, o governo brasileiro se mostrou otimista, apontando uma possível surpresa positiva com a ajuda de fatores como a safra agrícola e o comportamento do câmbio. No entanto, o Boletim Focus revelou um corte nas projeções para o PIB em 2025, além de ajustes nas expectativas para o dólar e a inflação.
A alta do dólar, combinada com a pressão sobre os juros futuros (DIs), reflete um cenário de incerteza. As taxas de juros subiram em toda a curva de vencimentos, o que mantém o mercado em alerta sobre os próximos passos da política monetária.
Desempenho das ações brasileiras
Os efeitos desse cenário de incertezas também foram observados nas ações das grandes empresas brasileiras. Vale (VALE3), que geralmente se beneficia de altas no preço do minério de ferro, viu sua ação cair 0,52%. Petrobras (PETR4), embora tenha registrado alta no preço do petróleo no mercado internacional, também sofreu uma pequena queda de 0,14%. Embracer (EMBR3) teve um recuo mais forte de 4,70%, refletindo um movimento de realização de lucros.
Por outro lado, Bradesco (BBDC4) foi um dos poucos papéis que resistiu à maré negativa, subindo 1,04%. Isso ocorreu em contraste com os demais bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4), que fechou o dia com um pequeno ganho de 0,09%. Fora do índice Ibovespa, destaque para Americanas (AMER3), que disparou 18,19%, e Casas Bahia (BAHI3), que registrou uma alta de 2,88%, continuando a recuperação do setor varejista.
Maiores altas do Ibovespa hoje (24)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRAV3 | +10.19% | R$ 21,30 |
CVCB3 | +7.07% | R$ 2,12 |
USIM5 | +1.38% | R$ 5,87 |
RECV3 | +1.35% | R$ 16,56 |
BBDC3 | +1.23% | R$ 11,50 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (24)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
EMBR3 | -4.70% | R$ 71,25 |
HAPV3 | -4.15% | R$ 2,08 |
RAIL3 | -3.94% | R$ 17,08 |
AMOB3 | -3.70% | R$ 0,26 |
SMTO3 | -3.70% | R$ 21,58 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 131.321 | -1.023 | -0,77% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,7593 | +0,0325 | +0,57% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.767,57 | +100,01 | +1,76% |
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