Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, tiveram uma segunda conversa telefônica desde o retorno do republicano à Casa Branca. A primeira conversa ocorreu em 12 de fevereiro e, agora, a Presidência dos Estados Unidos destaca que “a paz nunca esteve tão perto” no conflito ucraniano.

O diálogo entre os chefes de estado aconteceu na última terça-feira (18) e se estendeu por quase duas horas. Segundo informações divulgadas pelo Kremlin, a conversa transcorreu de maneira satisfatória, sendo considerada um “momento histórico” para as relações entre os dois países.

Desconfiança na União Europeia

Antes mesmo da ligação, a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, expressou desconfiança em relação às intenções de Putin. Ela alertou que o que a Rússia está propondo deixa claro que Moscou não busca, de fato, a paz.

“A Rússia está impondo suas condições de guerra como pré-requisito para qualquer acordo”, afirmou Kallas, referindo-se ao fato de que Moscou exige o reconhecimento dos territórios ocupados pela Rússia antes de qualquer cessar-fogo.

Cessar-fogo com condições

Enquanto isso, a Casa Branca apresentou um plano para um cessar-fogo imediato de 30 dias. No entanto, Moscou condiciona o fim das hostilidades ao reconhecimento da Rússia sobre as regiões que ocupou e exige que a Ucrânia abandone seus planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A proposta gerou ainda mais tensões, com a Ucrânia insistindo em manter sua soberania e integridade territorial.

Durante a conversa telefônica, a Rússia concordou em suspender, por um período de 30 dias, os ataques às estações de energia da Ucrânia, uma medida vista como um sinal de abertura para um possível alívio das tensões.

No entanto, o Kremlin deixou claro que a aceitação de um cessar-fogo total só ocorrerá se houver a interrupção completa do apoio militar e das operações de Inteligência fornecidas pelas potências ocidentais a Kiev.

Posição da Ucrânia e apoio americano

Em um momento anterior, Hanna Hopko, ex-presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento da Ucrânia, defendeu que a Ucrânia jamais aceitará a perda de seus territórios ocupados. Em fala ao Correio Braziliense, ela explicou que a soberania ucraniana é inegociável, incluindo a garantia de segurança, adesão à Otan e o fortalecimento das forças armadas do país.

Segundo Hopko, a sociedade americana tem grande apoio pela Ucrânia e não aceitaria um presidente que sacrificasse seus valores e compromissos com a soberania internacional.

Troca de prisioneiros

Durante o diálogo, os líderes dos dois países chegaram a um acordo para a realização de uma troca de prisioneiros, um gesto significativo em meio ao longo conflito. A decisão foi de liberar 175 prisioneiros de guerra de cada lado, oferecendo uma esperança de alívio para as famílias afetadas pelo impasse.

Além disso, a Rússia comprometeu-se a entregar à Ucrânia 23 combatentes ucranianos gravemente feridos, um movimento que simboliza um avanço na cooperação humanitária entre as nações, embora ainda no contexto de um conflito tenso e complexo.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Linkedin

Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.