Ibovespa fecha em baixa com tarifação de Trump
O Ibovespa fechou com queda de 0,81%, afetado pelas tarifas anunciadas por Donald Trump e pela preocupação com uma possível recessão nos EUA.

O Ibovespa encerrou o dia com uma queda de 0,81%, aos 123.507 pontos, influenciado pela turbulência nos mercados globais. A política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a elevação das tarifas sobre o aço e alumínio importados do Canadá, foi um dos principais fatores que geraram incertezas e alimentaram o movimento negativo do índice. O dia também foi marcado por preocupações com uma possível desaceleração da economia americana, o que trouxe volatilidade e aumentou o apetite por ativos mais seguros.
O impacto da política tarifária de Trump no Ibovespa
A crise no mercado de ações foi intensificada com o anúncio de Trump de que o governo dos EUA elevaria para 50% as tarifas sobre aço e alumínio importados do Canadá. Essa medida acirrou as tensões comerciais globais e gerou temores sobre o impacto econômico que poderia afetar não apenas os Estados Unidos, mas também o Brasil e outros países. O aumento das tarifas cria um ambiente mais incerto para as empresas exportadoras brasileiras e pode levar a um aumento nos custos das commodities, como o aço e o alumínio, afetando diretamente os setores que dependem desses insumos.
Com a crescente volatilidade nos mercados, o Ibovespa enfrentou quedas acentuadas, chegando a registrar 122.636 pontos durante a mínima do dia. No entanto, a recuperação foi observada no final da tarde, quando uma notícia positiva sobre a guerra na Ucrânia surgiu. O governo ucraniano aceitou um acordo de cessar-fogo de 30 dias proposto pelos Estados Unidos, o que ajudou a amenizar a tensão global e a reduzir as perdas no índice.
Cenário econômico global e a possível recessão nos EUA
Outro fator relevante para o desempenho do Ibovespa foi o clima de incerteza sobre a economia dos Estados Unidos. O risco de uma desaceleração mais profunda da economia americana, impulsionada pela diminuição dos estímulos fiscais, afetou a confiança dos investidores. De acordo com Pedro Carneiro, gestor da Asset 1, a economia americana vinha sendo sustentada por estímulos fiscais por algum tempo, mas a nova administração dos EUA está buscando um ajuste fiscal mais rigoroso para reduzir o déficit público. Isso pode resultar em uma queda na demanda e uma desaceleração do crescimento, o que pesou negativamente sobre os mercados financeiros globais.
Apesar de o Brasil ter registrado um fluxo positivo de investidores estrangeiros neste início de ano, especialmente devido à queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Carneiro alerta que o capital estrangeiro pode ser mais “tático” e pode não se manter por muito tempo. A incerteza sobre a situação fiscal do Brasil e a proximidade das eleições de 2026 também são fatores que pesam sobre as expectativas dos investidores.
O desempenho de ações e setores no Ibovespa
Mesmo com a queda geral do índice, algumas ações se destacaram positivamente. As ações da Vale, por exemplo, apresentaram alta de 0,83%, contrariando a queda nos preços do minério de ferro. Esse desempenho sugere que, embora o mercado esteja cauteloso, algumas empresas conseguem se beneficiar de fatores específicos, como a estabilidade do setor de mineração. Já as ações da Petrobras enfrentaram perdas significativas, com as preferenciais (PN) caindo 1,50% e as ordinárias (ON) recuando 2,06%. Isso ocorreu apesar da notícia positiva do Ibama, que divulgou um parecer técnico favorável para a aprovação do plano de limpeza da sonda de perfuração da Petrobras na Foz do Amazonas. No entanto, o impacto de uma possível recessão nos Estados Unidos foi mais forte do que a notícia positiva sobre a petroleira.
Setores mais cíclicos se beneficiam da queda dos juros futuros
Com a expectativa de desaceleração econômica, o mercado de ações no Brasil viu um movimento de maior valorização de papéis de empresas mais cíclicas. A queda nos juros futuros, causada pela sinalização de que a atividade econômica no Brasil também pode estar desacelerando, favoreceu setores mais resilientes, como o de consumo e de serviços.
Entre as ações mais cíclicas que se destacaram, Automob (+4,00%), LWSA (+3,79%), Vivara (+3,16%) e CVC (+1,65%) ficaram entre as maiores altas do dia. Essas empresas, muitas das quais operam em setores que são menos sensíveis às flutuações econômicas de curto prazo, foram impulsionadas pela expectativa de que a inflação mais controlada e a queda nos juros beneficiam o consumo e o turismo.
O mercado financeiro e os movimentos internacionais
O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 14,2 bilhões no Ibovespa, com um total de R$ 19,3 bilhões na B3. Esse número reflete o ambiente de grande incerteza e a busca por liquidez por parte dos investidores, em meio a uma conjuntura global desfavorável. O desempenho de Wall Street também foi negativo, com o Dow Jones recuando 1,14%, o S&P 500 caindo 0,76% e o Nasdaq perdendo 0,18%. Esses movimentos refletem uma tendência global de cautela diante de uma possível desaceleração econômica nos EUA e de tensões geopolíticas relacionadas à guerra na Ucrânia.
Maiores altas do Ibovespa hoje (11)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AMOB3 | +4.00% | R$ 0,26 |
LWSA3 | +3.79% | R$ 2,74 |
VIVA3 | +3.16% | R$ 18,28 |
CPFE3 | +3.03% | R$ 39,15 |
CVCB3 | +1.65% | R$ 1,85 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (11)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
POMO4 | -4.46% | R$ 6,64 |
AURE3 | -3.35% | R$ 7,50 |
PCAR3 | -3.25% | R$ 2,38 |
CMIN3 | -3.13% | R$ 5,27 |
MRFG3 | -3.13% | R$ 14,57 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 123.507 | -1.012 | -0,81% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,8108 | 0,0000 | 0,00% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.571,95 | -42,61 | -0,76% |
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