A guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos está causando grandes oscilações no mercado financeiro global. As novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre o México, Canadá e China refletem em diversas moedas e indicam um cenário incerto para a economia global. A introdução dessas medidas está pesando sobre o dólar, que se desvalorizou frente a outras moedas fortes, mas, de forma paradoxal, subiu em relação ao peso mexicano.

Em uma ação para pressionar seus parceiros comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou tarifas de 25% sobre as importações provenientes do México e Canadá, e de 20% para produtos chineses. Essas medidas aumentaram as tensões no mercado, gerando incerteza quanto às consequências econômicas dessas ações. Como resultado, o dólar sofreu um enfraquecimento em relação ao euro, à libra esterlina e até ao iene japonês, enquanto houve um aumento do valor da moeda norte-americana frente ao peso mexicano.

A decisão de Trump, que se concretizou nas últimas semanas, gerou uma reação imediata dos mercados internacionais. A medida atingiu principalmente os setores industriais norte-americanos profundamente integrados com o México e o Canadá, como o setor automotivo. Além disso, as economias dos países vizinhos também sofreram impacto, com o Canadá e o México prometendo adotar retaliações. No caso do México, o anúncio das medidas será feito no próximo domingo.

A decisão de Trump não só afetou diretamente o dólar, mas também trouxe consequências para o mercado global de commodities e para as perspectivas de crescimento das economias dos países afetados. As tarifas anunciadas têm o potencial de desacelerar o crescimento no Canadá e no México, com efeitos negativos no comércio internacional e nos preços de bens essenciais. O impacto também será sentido na economia dos Estados Unidos, especialmente no setor automotivo, que depende do comércio regional e de uma cadeia de suprimentos integrada.

De acordo com Shaun Osborne, estrategista-chefe de câmbio do Scotiabank, “as pesadas tarifas prejudicarão o crescimento do Canadá e do México, mas também terão um efeito significativo de resfriamento na atividade em setores industriais importantes dos Estados Unidos.” Ele alerta que, com o aumento dos preços, os Estados Unidos já enfrentam sinais de desaceleração econômica, o que pode se agravar com a guerra comercial.

Impacto nas moedas: dólar e peso mexicano

A reação do mercado foi imediata, com variações significativas nas taxas de câmbio. O dólar perdeu valor frente a outras moedas fortes, como o euro e a libra esterlina. O euro atingiu a marca de US$ 1,0621, enquanto a libra subiu para US$ 1,2786. Em relação ao iene japonês, o dólar também teve uma queda, sendo negociado a 149,16 ienes.

Entretanto, o peso mexicano foi o grande afetado, com o dólar avançando para 20,7009 pesos, o que representa um aumento significativo. Essa valorização do dólar em relação ao peso mexicano pode impactar negativamente a economia mexicana, já que o aumento nos preços dos produtos importados pode gerar uma pressão inflacionária adicional no país.

Por outro lado, a moeda japonesa experimentou uma valorização devido a um aumento na demanda de investidores que apostam em sua alta. A expectativa de aumento nas taxas de juros pelo Banco do Japão também contribui para a valorização do iene. Além disso, as críticas de Trump sobre o valor do iene, que considera subvalorizado em relação ao dólar, podem ter influenciado esse movimento.

Medidas retaliatórias e ações de defesa

Enquanto o governo dos Estados Unidos segue com a implementação das tarifas, o Canadá e a China já anunciaram medidas retaliatórias. O Canadá, por exemplo, anunciou tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos, enquanto a China aumentou as tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, o que pode agravar ainda mais as tensões entre os dois países.

O México, por sua vez, adotou uma postura mais cautelosa e decidiu adiar o anúncio de suas próprias medidas até o próximo domingo. Essa decisão reflete a necessidade de avaliar o impacto das tarifas sobre sua economia e de procurar uma resposta equilibrada que não prejudique ainda mais a estabilidade do país.