Petrobras tem prejuízo de R$ 17 bilhões no 4º trimestre e lucro anual despenca 70,6%
Petrobras encerra 2024 com prejuízo no último trimestre, mas mantém distribuição de dividendos e investimentos estratégicos.

A Petrobras registrou um prejuízo de R$ 17,04 bilhões no último trimestre de 2024, conforme divulgado nesta quarta-feira (26). O resultado impactou o desempenho anual da estatal, que encerrou o ano com um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões, uma queda de 70,6% em relação a 2023.
A empresa atribuiu o prejuízo à valorização do dólar frente ao real. Em 2023, a Petrobras havia registrado um dos maiores lucros de sua história, com R$ 124,6 bilhões.
A receita de vendas no quarto trimestre foi de R$ 121,2 bilhões, 9,7% abaixo dos R$ 134,2 bilhões do mesmo período de 2023. No acumulado do ano, a receita caiu 4,1%, fechando em R$ 490,8 bilhões.
O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa da empresa, somou R$ 40,9 bilhões no trimestre, uma redução de 38,7% em relação ao ano anterior. As despesas operacionais subiram 31,9%, chegando a R$ 43 milhões, enquanto o fluxo de caixa recuou 35,7%, totalizando R$ 21,7 bilhões no período.
Petrobras aprova distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos e JCP
Apesar do resultado, a Petrobras aprovou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). A proposta foi encaminhada para a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que será realizada em 16 de abril de 2025. Os pagamentos ocorrerão em duas parcelas, nos meses de maio e junho deste ano. No total, a estatal deve repassar R$ 75,8 bilhões aos acionistas referentes ao exercício de 2024.
Além disso, a companhia investiu R$ 91 bilhões em projetos ao longo do ano passado, reforçando seu compromisso com o crescimento e a modernização de suas operações. A Petrobras também viu sua dívida crescer. O saldo fechou 2024 em US$ 52,2 bilhões (R$ 301,6 bilhões), alta de 16,9% em relação a dezembro de 2023.
Segundo a companhia, o prejuízo do último trimestre foi influenciado por um ajuste contábil. Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, explicou: “A variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. São operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente”.