A ByteDance, empresa-mãe do TikTok, está enfrentando um prazo apertado para vender os negócios do aplicativo nos Estados Unidos ou enfrentar a possibilidade de uma proibição nacional. Com a crescente pressão de políticos e autoridades americanas, a empresa tem até março para decidir seu futuro no mercado dos EUA. As ofertas para a aquisição do TikTok não param de chegar, e uma disputa acirrada está se formando entre vários compradores interessados em adquirir a plataforma.

O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, impôs um prazo até 19 de março para que a ByteDance venda o TikTok. Caso contrário, a plataforma pode ser proibida no país, uma medida que estaria relacionada a preocupações com a segurança nacional, devido à ligação da empresa com a China. A ByteDance, por sua vez, tem resistido a essa pressão, mas o cenário está se tornando cada vez mais tenso, com a iminência de uma decisão difícil.

A situação ficou mais complicada com a decisão de Trump de adiar a proibição do TikTok, dando à empresa um pouco mais de tempo para encontrar um comprador. Esse adiamento, porém, é temporário, e o futuro do aplicativo dependerá da conclusão ou não de um acordo de venda até março. A situação política e legal que envolve o TikTok é complexa, com negociações que podem envolver diversos compradores, cada um com sua própria estratégia e interesses.

Quem são os compradores interessados?

Diversos nomes de peso estão envolvidos nas negociações, o que torna o cenário ainda mais interessante. Entre os principais interessados na compra do TikTok estão:

  • Frank McCourt e Kevin O’Leary: McCourt, ex-proprietário do time Los Angeles Dodgers, e O’Leary, investidor de renome, se uniram para apresentar uma oferta pelo TikTok. Eles afirmam que não precisam do algoritmo da plataforma, o que poderia tornar a oferta mais atraente tanto para a ByteDance quanto para os reguladores americanos. O uso de um modelo de negócios diferente do original pode ser visto como uma tentativa de evitar as complicações políticas envolvendo o algoritmo de recomendação do aplicativo.
  • Mr. Beast (Jimmy Donaldson): O influenciador digital, conhecido por seus vídeos virais no YouTube, também está em discussões para comprar o TikTok. Com um enorme alcance nas redes sociais, Donaldson tem mostrado interesse em expandir sua atuação no mercado de vídeos curtos, o que faria do TikTok uma adição estratégica ao seu portfólio.
  • Elon Musk: O CEO da Tesla e proprietário do X (anteriormente Twitter) é outro nome em consideração para a compra. Musk, conhecido por sua habilidade de fazer negócios em cenários complexos, seria uma opção poderosa devido ao seu potencial para convencer tanto os EUA quanto a China sobre a viabilidade de um acordo.
  • Larry Ellison (Oracle): Ellison, presidente da Oracle, também foi mencionado por Trump como possível comprador. A Oracle já mantém uma parceria com o TikTok, oferecendo infraestrutura de dados, o que poderia facilitar a negociação. Além disso, o vínculo pré-existente com o aplicativo pode tornar Ellison uma figura importante nesse processo de aquisição.

Como a venda pode acontecer?

A venda do TikTok está longe de ser simples. Além de envolver negociações complexas, ela precisa passar por uma série de aprovações regulatórias tanto nos Estados Unidos quanto na China. O governo chinês, por exemplo, deve aprovar qualquer venda do TikTok, já que a ByteDance é uma empresa chinesa. O cenário é delicado, já que o controle do algoritmo da plataforma também levanta questões de soberania e segurança nacional.

A ByteDance terá que encontrar um equilíbrio entre as exigências do governo dos EUA e as expectativas do governo chinês, o que pode tornar a venda um processo demorado e, possivelmente, frustrante para ambas as partes. Embora o TikTok seja uma plataforma popular, com 170 milhões de usuários mensais nos Estados Unidos, a venda pode ser vista como uma perda significativa para a empresa, que conquistou uma base sólida no mercado americano.

A disputa pela compra do TikTok é muito mais do que uma simples transação comercial. Envolve questões geopolíticas de grande escala, com o futuro do aplicativo dependendo de um complexo jogo de interesses entre os governos dos EUA e da China, além das grandes empresas envolvidas. A aquisição do TikTok pode representar uma mudança no panorama das redes sociais, com novos players ganhando destaque e moldando o mercado de vídeos curtos.