Ibovespa fecha em queda, com impacto de Vale e Petrobras; varejo em alta
O Ibovespa encerrou o dia com uma queda de 0,30%, influenciado pela desvalorização de Vale e Petrobras, enquanto o setor de varejo se destacou positivamente com altas significativas de Lojas Renner e Magazine Luiza.

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (22) em queda de 0,30%, a 122.971,77 pontos, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas. A queda de 366,57 pontos foi puxada pela desvalorização das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), que tiveram desempenho negativo devido a fatores externos e internos. Em contrapartida, o setor de varejo se destacou, com fortes altas de Lojas Renner (LREN3) e Magazine Luiza (MGLU3), que impulsionaram o índice para cima.
Impacto das commodities
O desempenho das ações da Vale e da Petrobras teve grande peso na queda do Ibovespa. A Vale, principal produtora de minério de ferro do país, enfrentou uma queda de 2,52%, refletindo a diminuição dos preços do minério de ferro na China, principal mercado para a commodity brasileira. Já a Petrobras viu suas ações caírem 0,56%, diante da pressão nos preços internacionais do petróleo, além da expectativa em relação à política de preços da estatal.
Esses dois gigantes do setor de mineração e petróleo pesaram negativamente sobre o índice, evidenciando a sensibilidade do mercado brasileiro aos movimentos globais e às políticas internas. Embora o Ibovespa tenha flutuado entre leves altas e baixas ao longo do pregão, o resultado final foi uma perda, que interrompeu a sequência de altas consecutivas do índice.
O dólar e os reflexos da política de Trump
O mercado também reagiu ao cenário internacional, com o dólar comercial fechando com uma queda significativa de 1,40%, a R$ 5,94, o menor valor desde 12 de dezembro de 2024. O alívio no câmbio reflete a percepção de um mercado mais confortável com as ações do governo de Donald Trump. Apesar da retórica inflacionária, como a possibilidade de tarifas de importação, os investidores têm dado mais “benefício da dúvida” à administração do presidente dos EUA.
De acordo com Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, o mercado passou a precificar um cenário mais benigno, o que enfraqueceu o dólar, mas a volatilidade ainda deve persistir. Trump, com sua política econômica ainda em desenvolvimento, é um fator importante que impacta diretamente o comportamento das ações internacionais e, consequentemente, o mercado financeiro brasileiro.
Varejo
Enquanto o Ibovespa enfrentava pressões vindas dos setores de commodities e petróleo, o varejo brasileiro teve um desempenho oposto. Lojas Renner (LREN3) avançou 4,87% e Magazine Luiza (MGLU3) teve alta de 3,41%, destacando-se entre as ações mais negociadas. Esses movimentos são reflexo do otimismo do setor, que se beneficiou de bons resultados trimestrais e expectativas positivas para o comércio no curto prazo.
O bom desempenho dessas empresas, especialmente de grandes varejistas com forte presença no mercado brasileiro, tem alimentado o otimismo no setor de consumo, em um momento em que o país ainda busca se recuperar de crises passadas. A recuperação econômica e a confiança dos consumidores ajudaram a impulsionar essas empresas para o topo do índice.
Perspectivas para o mercado e expectativas no curto prazo
Embora o Ibovespa tenha fechado em baixa, o cenário de mercado continua volátil, com investidores aguardando o IPCA-15 de janeiro, que será divulgado na sexta-feira (24). Este índice de preços será crucial para avaliar o comportamento da inflação e suas implicações para a política monetária do Banco Central.
Além disso, o governo brasileiro segue monitorando a situação fiscal do país, o que é um dos principais riscos para o real no curto prazo. O mercado, ainda que otimista com o desempenho do setor de varejo, tem se mostrado cauteloso, já que as incertezas fiscais e a política econômica são fatores que continuam a desafiar a confiança dos investidores.
Bolsas internacionais
O otimismo com o governo Trump também se refletiu nas bolsas de valores internacionais. O S&P 500 renovou sua máxima histórica, impulsionado por fortes resultados financeiros de empresas, como Netflix, e pelo otimismo com a inteligência artificial. As ações de empresas de tecnologia, como Oracle e Nvidia, também se beneficiaram de um otimismo renovado, especialmente em relação a investimentos em inteligência artificial.
As bolsas de Nova York continuaram sua trajetória de alta, e o Dow Jones subiu 0,30%, enquanto o Nasdaq teve um avanço de 1,28%, mostrando que os investidores estão cada vez mais confiantes no desempenho das empresas de tecnologia e na recuperação econômica liderada pelo governo de Trump.
Maiores altas do Ibovespa hoje (22)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AZUL4 | +6.98% | R$ 4,60 |
CVCB3 | +6.36% | R$ 1,84 |
LWSA3 | +5.66% | R$ 3,36 |
LREN3 | +4.87% | R$ 13,13 |
PETZ3 | +4.44% | R$ 4,70 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (22)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
RADL3 | -4.52% | R$ 20,91 |
BRAV3 | -4.13% | R$ 23,70 |
BEEF3 | -3.42% | R$ 4,80 |
AMOB3 | -3.13% | R$ 0,31 |
CSNA3 | -3.09% | R$ 7,85 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 122.972 | -367 | -0,30% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,9380 | -0,0825 | -1,37% |
🇺🇸 S&P 500 | 6.086,28 | +37,04 | +0,61% |
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