O Banco Central (BC) usou sua conta nas redes sociais para desmentir de forma bem-humorada os recentes boatos envolvendo o sistema de pagamentos Pix. As fake news, que circulam com frequência nas redes sociais, alegavam que o governo brasileiro estaria planejando a taxação das transações feitas pelo Pix e até a violação do sigilo bancário dos usuários. Em resposta, o BC garantiu que essas informações eram falsas e tranquilizou a população, reiterando que o Pix continuará sendo gratuito para pessoas físicas e que o sigilo das movimentações financeiras está protegido por lei.

O BC na defesa do Pix

Na quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, o Banco Central postou uma mensagem em suas redes sociais para esclarecer os rumores sobre o Pix e desmentir os boatos sobre mudanças no sistema de pagamentos. A postagem abordou as alegações de que o Pix seria taxado e que o sigilo bancário das transações seria violado. Para transmitir a mensagem de forma descontraída, o BC usou até mesmo uma referência ao sucesso musical “Descer pro BC”, da dupla Brenno e Matheus, um dos hits do verão brasileiro.

A postagem, que rapidamente se tornou viral, chamou a atenção de muitos “amantes de teorias da conspiração e caçadores de tarifas”, como o próprio Banco Central descreveu, e ressaltou a importância de checar as informações antes de acreditar nas notícias compartilhadas nas redes sociais.

O BC reforça a gratuidade e a proteção de dados

O post do Banco Central fez questão de tranquilizar os usuários, afirmando que as transferências via Pix continuarão gratuitas para pessoas físicas, um dos principais atrativos desse sistema de pagamentos. A postagem também enfatizou que o sigilo das movimentações financeiras dos usuários do Pix está protegido por lei, refutando assim qualquer possibilidade de violação de dados pessoais, que foi um dos pontos levantados pelos rumores.

O BC afirmou: “BC Sincero na área para aliviar o coraçãozinho de quem desceu pro BC com a cabecinha cheia de fake news sobre cobrança de taxa no Pix e fim do sigilo bancário das suas movimentações financeiras”. Essa abordagem bem-humorada visava, de forma leve, desmascarar as informações erradas e oferecer clareza à população.

O impacto dos rumores no uso do Pix

Nos últimos dias, os boatos causaram uma preocupação generalizada, o que resultou em um declínio no número de transações realizadas por meio do Pix. A dúvida sobre a possível taxação gerou insegurança entre os usuários, o que afetou a confiança nas transferências instantâneas que, até o momento, são uma das formas mais utilizadas para realizar transações financeiras no Brasil.

A disseminação das fake news também teve impacto nas plataformas de pagamento, com muitos usuários temendo custos adicionais e a exposição de seus dados financeiros. Este tipo de boato acaba gerando um efeito negativo, reduzindo a adesão ao sistema e prejudicando a estabilidade do serviço.

A revogação da norma da Receita Federal

Em resposta aos boatos que se espalharam nas redes sociais, o governo federal recuou de uma norma da Receita Federal que havia gerado os rumores sobre mudanças no processo de monitoramento das movimentações financeiras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocupado com o impacto da notícia, decidiu revogar essa norma, esclarecendo que o Pix e a privacidade dos usuários continuariam intactos.

Essa decisão foi tomada após a constatação de que o aumento das discussões sobre o sigilo bancário e a taxação do Pix estavam levando à disseminação de informações equivocadas e prejudiciais à confiança do público no sistema de pagamentos instantâneos.

Golpes e fraudes

Infelizmente, os boatos também foram explorados por golpistas que usaram a desinformação a seu favor. Segundo o Procon-SP, golpistas criaram boletos falsificados com base nos rumores de que o Pix seria taxado. Isso gerou um aumento nas tentativas de fraudes envolvendo o sistema, causando ainda mais insegurança entre os usuários.

O Procon-SP também alertou que é ilegal cobrar taxas adicionais para pagamentos feitos com Pix. O uso do sistema de pagamentos instantâneos não pode ser onerado com custos extras, conforme as regras estabelecidas pelo Banco Central.

Investigação das fake news

Diante da gravidade da disseminação de fake news, a Advocacia Geral da União (AGU) anunciou que pedirá à Polícia Federal a abertura de um inquérito para identificar os responsáveis pela criação e disseminação dessas informações falsas. O objetivo é responsabilizar os autores das fake news e evitar que mais desinformação prejudique o funcionamento do Pix e a confiança da população nos serviços bancários digitais.