O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, revelou planos para um encontro com Vladimir Putin, presidente da Rússia, que pode ter implicações significativas para o conflito de 34 meses entre Rússia e Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que Trump pode ser decisivo no desfecho da guerra, enquanto os EUA se preparam para uma possível mudança de postura nas negociações.

A reunião de Trump e Putin

Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, anunciou na última quinta-feira (09) que uma reunião entre ele e o presidente russo, Vladimir Putin, está sendo organizada. O ex-presidente, que tomará posse novamente em 20 de janeiro, afirmou que Putin expressou o desejo de conversar e que o encontro está sendo preparado. No entanto, Trump não forneceu um cronograma exato para as negociações.

Essa declaração trouxe uma nova onda de especulação sobre o futuro da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022. O retorno de Trump à Casa Branca gerou reações mistas, com muitos em Kiev temendo que um acordo de paz rápido possa ter um custo muito alto para o país. Por outro lado, outros veem a possibilidade de uma resolução diplomática para o conflito, que já dura mais de 30 meses e gerou tensões globais.

Zelensky aponta papel necessário de Trump na guerra

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que acredita que Trump pode ser um fator decisivo no fim da guerra. Zelensky sugeriu que o ex-presidente dos EUA tem a capacidade de influenciar o curso do conflito, afirmando que Trump poderia ajudar a deter Putin, se for capaz de intervir na negociação de um cessar-fogo duradouro.

Zelensky tem se mostrado cauteloso quanto às intenções de Trump. Durante o governo de Joe Biden, os Estados Unidos forneceram mais de 175 bilhões de dólares em assistência à Ucrânia, com mais de 60 bilhões de dólares em ajuda à segurança. No entanto, Trump, durante sua campanha, indicou que sua política em relação à Ucrânia poderia ser bem diferente da de Biden, o que tem gerado apreensão em Kiev sobre uma possível mudança na postura dos EUA.

Propostas de Trump para a resolução do conflito

Em suas declarações, Trump deixou claro que deseja encerrar rapidamente a guerra, uma posição que tem gerado preocupação na Ucrânia. Alguns assessores de Trump apresentaram propostas que sugerem a possibilidade de ceder grandes áreas do território ucraniano à Rússia como uma condição para a paz. Embora Trump tenha afirmado que seu objetivo é evitar mais derramamento de sangue, essas propostas levantaram sérias questões sobre os direitos territoriais da Ucrânia e a soberania do país.

Zelensky, por sua vez, se mostrou resistente a qualquer acordo que envolva a perda de territórios ucranianos. A situação, como descrita pelo presidente ucraniano, é de “uma guerra sangrenta”, mas ele enfatizou que a Ucrânia não abrirá mão de sua soberania, independentemente das negociações internacionais.

O papel de Putin na proposta de reunião

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Putin está disposto a aceitar o desejo de Trump de se reunir. No entanto, Peskov esclareceu que ainda não houve um pedido formal para o encontro. De acordo com o porta-voz, seria mais adequado que o pedido fosse feito após Trump assumir oficialmente o cargo. Isso sugere que as negociações estão em um estágio preliminar, com muitas incertezas sobre o conteúdo e os resultados possíveis dessa futura reunião.

O Kremlin está aguardando o retorno de Trump ao poder antes de oficializar qualquer tipo de diálogo, o que indica que, enquanto há abertura para o encontro, a Rússia está aguardando uma transição de poder nos EUA para avançar com as conversas.