A Meta, controladora de plataformas como Facebook e Instagram, está enfrentando uma onda de críticas internas depois de anunciar a decisão de encerrar a verificação de fatos por terceiros, medida tomada logo antes da posse de Donald Trump como presidente eleito dos Estados Unidos. A mudança, que pegou muitos de seus funcionários de surpresa, gerou reações mistas e tem sido vista como um movimento polêmico dentro da gigante de tecnologia. Essa decisão impacta diretamente a forma como informações e notícias são verificadas nas plataformas da Meta, o que gerou uma série de questionamentos entre os colaboradores.

O que está por trás da decisão da Meta?

A Meta anunciou recentemente que interromperia o processo de verificação de fatos de terceiros em suas plataformas, uma decisão que pegou muitos de seus funcionários desprevenidos. Essa medida foi tomada algumas semanas antes da posse de Trump, e, para muitos, ela representa um retrocesso significativo na luta contra a desinformação nas redes sociais. De acordo com os críticos dentro da empresa, a mudança transmite a mensagem de que “os fatos não importam mais”, e o compromisso com a precisão e a veracidade da informação está sendo diminuído.

Além disso, a decisão é vista por muitos como uma tentativa de agradar ao novo governo dos EUA, considerando também que a Meta contribuiu com US$ 1 milhão para a inauguração de Trump. Essa relação com o governo de Trump parece ter influenciado a inclusão de figuras como Dana White, CEO do UFC e amigo pessoal do ex-presidente, no conselho da empresa.

Impactos esperados da mudança no ecossistema da Meta

A decisão de encerrar a verificação de fatos gerou preocupações significativas entre os colaboradores da Meta, especialmente no que diz respeito ao aumento de conteúdos prejudiciais nas plataformas. A principal preocupação gira em torno do impacto que essa mudança pode ter nas discussões sobre temas sensíveis, como imigração e identidade de gênero. Funcionários temem que essa medida possa resultar no aumento de conteúdos discriminatórios, como discursos racistas e transfóbicos, sem uma verificação adequada.

Para muitos, a verificação de fatos é um componente fundamental para garantir que as informações compartilhadas nas redes sociais sejam verdadeiras e confiáveis. Sem essa medida de fiscalização externa, as plataformas da Meta correm o risco de se tornar um ambiente mais propenso à desinformação, algo que pode ter efeitos prejudiciais não apenas para a imagem da empresa, mas também para o discurso público.

A reação interna e as opiniões divergentes

Apesar das críticas predominantes dentro da empresa, houve também funcionários que defenderam a decisão da Meta. Esses colaboradores argumentam que o sistema de verificação de fatos por terceiros não é uma solução ideal e que ele pode ser substituído por outras formas de autenticação, como o sistema de notas comunitárias do X, que consideram uma forma mais precisa e democrática de verificar informações.

A ideia de que a comunidade, em vez de terceiros, deve ser responsável pela avaliação da veracidade das informações tem ganhado apoio dentro de certos círculos, especialmente por aqueles que defendem uma maior liberdade de expressão e o direito de as plataformas permitirem que seus usuários compartilhem suas próprias verdades sem a intervenção de verificadores externos.

Mudanças no conselho e o impacto da política interna

Outra decisão que gerou controvérsia foi a inclusão de Dana White, CEO do UFC, no conselho da Meta. White, que tem uma relação próxima com Donald Trump, foi criticado por funcionários da empresa, que questionaram o valor que executivos de entretenimento e automóveis poderiam agregar à gestão de uma gigante da tecnologia. Muitos dos colaboradores viam a inclusão de White como uma tentativa de alinhar a Meta aos interesses do novo governo dos EUA.

Essa medida de nomeação, assim como a contribuição financeira da Meta para a inauguração de Trump, parece ter contribuído para um clima de desconfiança entre os funcionários da empresa, que temem que suas prioridades estejam sendo influenciadas por interesses políticos, em vez de focar no combate à desinformação e na responsabilidade social.