Alckmin critica fim da checagem de fatos da Meta: “Bilionários não podem fazer o que querem”
O vice-presidente Geraldo Alckmin criticou a decisão da Meta de encerrar a checagem de fatos em suas plataformas, classificando a medida como um “retrocesso”.
Alckmin critica fim da checagem de fatos da Meta: “Bilionários não podem fazer o que querem”
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, classificou como “retrocesso” a decisão da Meta de encerrar a checagem de fatos em suas plataformas digitais, como o Facebook, Instagram e WhatsApp, nos Estados Unidos. A medida, que afeta diretamente a disseminação de informações nas redes sociais, gerou críticas do político, que defendeu maior responsabilidade das plataformas digitais e alertou sobre o impacto da decisão nas sociedades democráticas.
O que motivou a crítica de Alckmin?
Alckmin, em entrevista à Rádio Eldorado nesta quinta-feira (9), destacou que a democracia é um “bem da civilização” e não pode ser prejudicada por decisões de grandes corporações. Para ele, o poder econômico de empresas bilionárias como a Meta não deve se sobrepor aos direitos coletivos e individuais da sociedade.
“A democracia é uma conquista da civilização e nós não podemos permitir abuso do poder econômico e estruturas econômicas muito fortes prejudicarem o conjunto da sociedade”, afirmou Alckmin, destacando que a decisão da Meta vai na contramão de um ambiente informativo saudável. Ele criticou a falta de responsabilização das plataformas digitais, enfatizando que, sem mecanismos de checagem de fatos, a sociedade fica vulnerável a desinformação e manipulação de informações.
A necessidade de responsabilidade das plataformas
Para Alckmin, as plataformas digitais com presença global devem agir com responsabilidade. “Não é possível você ter plataformas, você ter órgãos de comunicação de presença global, sem responsabilidade”, afirmou. Ele ressaltou que essas plataformas têm a obrigação de garantir que as informações compartilhadas não sejam falsas ou difamatórias, e que o convívio em sociedade exige o respeito aos direitos e deveres dos cidadãos.
A decisão da Meta de interromper a checagem de fatos foi vista por Alckmin como uma falha das plataformas no cumprimento de seu papel social, já que a desinformação pode ter um impacto negativo significativo nas escolhas políticas e sociais dos indivíduos. A medida também levanta questões sobre o poder das grandes corporações de moldar a opinião pública sem a devida supervisão, o que, segundo o vice-presidente, ameaça a qualidade da democracia.
A crítica direta a Mark Zuckerberg
Em sua fala, Alckmin se referiu diretamente a Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, ao afirmar que “não é porque alguém é bilionário que ele pode fazer o que quer”. A declaração deixou claro que, para o vice-presidente, a riqueza e o poder de grandes empresários não podem isentá-los de suas responsabilidades sociais e legais.
Alckmin apoia a regulamentação das big techs no Brasil
O vice-presidente também elogiou a postura do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que as big techs devem respeitar a legislação brasileira para continuar operando no país. Para Alckmin, a regulamentação da questão das fake news, atualmente em discussão no Congresso Nacional, é fundamental para a proteção da sociedade e a manutenção de um ambiente digital mais seguro.
“Eu acho que a regulamentação da questão das fake news pelo Congresso Nacional e a postura do Judiciário são necessários em defesa da sociedade”, disse Alckmin, reforçando que é preciso garantir um controle maior sobre as plataformas para que elas não sejam usadas como instrumentos de desinformação.
O retrocesso na checagem de fatos
Alckmin também destacou que a checagem de fatos, prática que já vinha sendo realizada pelas plataformas, era fundamental para assegurar que as informações compartilhadas nas redes sociais fossem precisas e confiáveis. Ele considera o fim dessa prática um retrocesso, especialmente considerando o impacto que a desinformação pode ter na sociedade, em um momento em que as fake news estão cada vez mais presentes no cotidiano.
“Era feita a checagem dos fatos em benefício ao cliente, ao usuário. É fundamental isso”, ressaltou Alckmin, enfatizando que a desinformação pode prejudicar não apenas o público em geral, mas também afetar a integridade das eleições, como já ocorreu em diversos contextos internacionais.