O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,94% em dezembro, marcando um fechamento de 6,54% para o ano de 2024. O dado foi divulgado nesta sexta-feira, 27, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice, que é um dos principais indicadores da inflação no Brasil, é utilizado para reajustes de contratos, como aluguel de imóveis. O desempenho de dezembro, embora tenha sido uma desaceleração em relação a novembro, que registrou uma alta de 1,30%, ainda reflete uma alta significativa quando comparado aos anos anteriores.

O que foi o IGP-M em 2024?

O IGP-M é composto por três subíndices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M). Cada um deles mede a variação de preços em diferentes setores da economia, e a variação combinada deles resulta na formação do índice geral.

IPA-M: O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que reflete a variação de preços no atacado, teve uma alta de 1,21% em dezembro, após um aumento mais expressivo de 1,74% em novembro. Com isso, o IPA-M fechou 2024 com uma alta acumulada de 7,24%. Esse aumento reflete a pressão inflacionária no setor produtivo, que pode impactar os preços dos bens vendidos para o consumidor final.

IPC-M: O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por sua vez, avançou 0,12% em dezembro, uma leve aceleração em relação ao mês anterior, quando subiu apenas 0,07%. O IPC-M é um dos subíndices mais observados, pois mede o impacto da inflação diretamente no bolso do consumidor. Com isso, o índice acumula uma alta de 4,02% ao longo de 2024, o que é considerado uma variação mais controlada em comparação com o aumento registrado pelo IPA-M.

INCC-M: O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), que mede o impacto da inflação sobre os custos de construção civil, também registrou uma aceleração. O índice passou de uma alta de 0,44% em novembro para 0,51% em dezembro, encerrando o ano com uma alta acumulada de 6,34%. Esse indicador é relevante para o setor de construção e pode afetar diretamente o custo de novos empreendimentos e obras em andamento.

Como os componentes do IGP-M afetam a economia?

Os componentes do IGP-M desempenham um papel crucial na economia brasileira, pois influenciam desde o custo de vida dos consumidores até os preços de bens e serviços no mercado. A alta do IPA-M, por exemplo, indica que o preço dos produtos no atacado está subindo, o que pode impactar os preços finais para os consumidores. Isso reflete a pressão inflacionária em várias áreas da economia, incluindo commodities e produtos manufaturados.

Já o IPC-M é fundamental para medir a inflação que atinge diretamente os consumidores. A leve aceleração do IPC-M em dezembro, embora pequena, aponta para um aumento contínuo no custo de vida, com reflexos sobre os produtos de consumo diário. Esse indicador é especialmente importante para os reajustes de salários e contratos de aluguel, que frequentemente utilizam o IGP-M como referência.

Por último, o INCC-M, com sua alta de 0,51% em dezembro, aponta para uma inflação concentrada no setor de construção. Esse aumento pode ser um reflexo do aumento no preço dos materiais de construção e da mão de obra no final de 2024, impactando o custo das novas construções e reformas.

Porque o IGP-M é importante para o mercado e a economia?

O IGP-M é um dos principais índices de inflação utilizados no Brasil, com grande peso nos reajustes de aluguéis de imóveis. O índice é amplamente utilizado como referência para contratos de aluguel, o que significa que a alta de 6,54% registrada em 2024 pode resultar em um aumento significativo nos valores de locação nos próximos meses. Para os proprietários de imóveis, o índice representa uma maneira de reajustar os preços de seus contratos de aluguel, ajustando-os à inflação do ano anterior.

Além disso, o IGP-M é importante para as decisões de política monetária do Banco Central, que utiliza esses dados para avaliar a pressão inflacionária na economia. O Banco Central pode tomar medidas como o aumento das taxas de juros para conter a inflação, o que impacta diretamente o crédito, o consumo e os investimentos no Brasil.

Expectativas para o IGP-M em 2025

Com o fechamento de 2024, a expectativa para 2025 é que o IGP-M continue a ser monitorado de perto. Especialistas aguardam que a inflação continue a apresentar pressões nos próximos meses, especialmente com o aumento dos custos de produção e construção, além da continuidade de reajustes nos preços dos consumidores.

Para 2025, o mercado também estará atento aos efeitos das políticas econômicas adotadas pelo governo, que podem influenciar a trajetória do IGP-M. O impacto de políticas fiscais e monetárias será crucial para o controle da inflação e o ajuste de preços nos setores de consumo e produção.