O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a China desempenha um papel fundamental para evitar uma escalada nuclear, especialmente após a recente decisão de Vladimir Putin de reduzir os limites para um ataque nuclear. Durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, Macron pediu ao presidente chinês, Xi Jinping, que usasse sua influência para pressionar Putin a encerrar a guerra na Ucrânia e evitar consequências ainda mais graves. Essa reunião no Brasil foi um marco importante nas discussões de segurança internacional, com ênfase na contenção de uma crise global mais profunda.

O papel da China na prevenção da escalada nuclear

Em um momento de crescente tensão global, Macron ressaltou a importância da China em evitar uma escalada nuclear, dada a recente postura da Rússia. Após Putin modificar a doutrina nuclear russa, reduzindo os limites para um ataque nuclear, a preocupação internacional aumentou. Macron, falando aos repórteres à margem do evento, afirmou que a China, como uma das maiores potências mundiais, tem uma responsabilidade significativa para mitigar essa ameaça. Ele pediu a Xi Jinping para usar sua influência sobre o presidente russo, pressionando por uma resolução pacífica do conflito com a Ucrânia.

A relação entre China e Rússia tem sido estreita nos últimos anos, mas a postura de Pequim frente ao aumento da escalada do conflito em solo ucraniano pode ser decisiva para a manutenção da estabilidade global. Macron expressou preocupação de que, sem a intervenção da China, o cenário de segurança poderia se agravar, impactando negativamente as economias globais e aumentando o risco de uma guerra nuclear. Para o líder francês, a diplomacia chinesa poderia ter um papel de pressão significativa em Moscovo, dada a posição estratégica da China no cenário mundial.

A participação da Coreia do Norte e seus riscos

Outro ponto crítico abordado por Macron foi a decisão da Coreia do Norte de enviar tropas para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia. Essa participação, segundo o presidente francês, aumenta ainda mais os riscos não só para a região asiática, mas para o mundo inteiro, incluindo a própria China. Macron apontou que a crescente proximidade entre a Coreia do Norte e a Rússia coloca Pequim em uma posição delicada, uma vez que a escalada do conflito pode afetar diretamente seus interesses, tanto em termos econômicos quanto em relação à segurança.

A presença de tropas norte-coreanas na Ucrânia é um novo fator na dinâmica internacional, especialmente porque a China tem mantido uma postura mais cautelosa em relação ao regime de Kim Jong-un. A pressão sobre a China para tomar uma posição mais firme contra esse envolvimento se torna cada vez mais forte, dado que o impacto regional pode ser significativo para as relações diplomáticas no Pacífico e, em última instância, afetar a estabilidade global.

Macron confiante na resolução de disputas comerciais com a China

Embora o foco principal da cúpula tenha sido as questões geopolíticas, Macron também demonstrou otimismo em relação à resolução de disputas comerciais com a China. Um dos temas abordados foi a questão das tarifas impostas pelo governo chinês sobre os produtos franceses, incluindo o conhaque, um setor de grande importância econômica para a França. Macron se mostrou confiante de que as negociações poderiam levar a uma solução positiva, sem prejudicar as relações comerciais entre os dois países.

O comércio bilateral entre a França e a China tem se expandido nos últimos anos, mas a imposição de tarifas pela China sobre produtos franceses foi vista como uma medida punitiva em resposta a políticas internas da França e da União Europeia. No entanto, Macron expressou sua confiança de que a China poderia rever suas políticas e que, com a diplomacia apropriada, as relações comerciais poderiam ser restauradas de maneira benéfica para ambos os países.