Milei se reúne com Xi no G20: a nova postura da Argentina em relação à China
Javier Milei, presidente da Argentina, se prepara para se reunir com o líder chinês Xi Jinping durante a cúpula do G20, marcando uma mudança importante em sua postura em relação à China.

O presidente da Argentina, Javier Milei, está prestes a se reunir com o líder chinês Xi Jinping durante a cúpula do G20, um encontro que marca uma importante mudança em sua postura política em relação à China. Conhecido por suas críticas à política externa chinesa e sua visão anarcocapitalista, Milei agora se vê forçado a revisar suas posições, dado o papel crucial da China na economia argentina. O encontro, que ocorrerá no Rio de Janeiro, traz à tona a complexidade das relações internacionais da Argentina e o impacto econômico dessa nova aproximação.
A reviravolta na política externa de Milei
Durante sua campanha presidencial, Javier Milei foi vocal em suas críticas ao regime chinês. Ele chegou a afirmar, em uma entrevista após sua vitória nas primárias de 2023, que “nunca faria acordos com um assassino”, referindo-se ao governo comunista de Xi Jinping. Contudo, desde sua posse em dezembro de 2023, o presidente argentino tem mudado gradualmente sua visão sobre a China.
A importância estratégica e econômica da China para a Argentina tem forçado Milei a ajustar suas declarações e sua abordagem. Embora o libertário tenha trocado cartas com Xi e tenha discutido uma visita oficial a Pequim, foi somente agora que o encontro entre os dois líderes foi confirmado para o G20, demonstrando como as realidades econômicas influenciam as escolhas políticas de Milei.
A China como parceiro econômico fundamental
A China desempenha um papel fundamental na economia da Argentina, sendo um dos maiores compradores de commodities argentinas, como soja, cobre e petróleo. Além disso, o gigante asiático é uma fonte crucial de financiamento externo, especialmente em tempos de crise econômica, como o que a Argentina enfrenta atualmente. Com uma dívida externa considerável e um sistema financeiro instável, a Argentina depende dos acordos comerciais com a China para garantir o fluxo de recursos necessários para sua recuperação.
Este contexto econômico tem levado Milei a reconsiderar sua postura em relação à China, dada a dependência do país sul-americano de seu mercado e de seus empréstimos. A mudança no discurso de Milei não é apenas uma adaptação política, mas também uma estratégia pragmática para garantir a estabilidade econômica da Argentina.
Além de sua aproximação com a China, Milei também tem buscado fortalecer os laços com os Estados Unidos. Durante sua viagem recente aos Estados Unidos, Milei se encontrou com Donald Trump, com quem compartilha uma visão econômica mais alinhada, especialmente no que diz respeito ao comércio e à política internacional.
Trump, que tem sido um crítico ferrenho da China e ameaçou impor tarifas elevadas sobre os produtos chineses, pode ser um aliado estratégico para a Argentina em sua negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo de Milei busca uma reestruturação de sua dívida de US$ 44 bilhões com o FMI, e a presidência de Trump poderia ajudar a suavizar as condições do acordo, oferecendo uma alternativa ao domínio crescente da China na região.
O encontro com Xi
Quando Milei se reunir com Xi Jinping no G20, ele estará equilibrando as tensões entre duas potências globais. A China, com sua crescente influência econômica, e os Estados Unidos, com os quais ele busca uma parceria mais sólida. Esse equilíbrio será crucial para a estratégia internacional da Argentina, que precisa de aliados fortes para garantir sua recuperação econômica.