Biden deixa promessa incompleta ao finalizar mandato: US$ 500 mi para o Fundo Amazônia não serão cumpridos
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou a destinação de US$ 50 milhões adicionais ao Fundo Amazônia, mas não cumprirá a promessa de alocar US$ 500 milhões até o final de seu mandato.
Biden deixa promessa incompleta ao finalizar mandato: US$ 500 mi para o fundo Amazônia não serão cumpridos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se prepara para encerrar seu mandato sem cumprir a promessa de destinar US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, vital para a preservação da maior floresta tropical do mundo. Em visita histórica à Amazônia, marcada para o dia 17 de novembro, o democrata anunciou a destinação de US$ 50 milhões adicionais ao fundo, mas ainda precisa da aprovação do Congresso dos EUA. O novo valor é insuficiente para que Biden cumpra seu compromisso de longo prazo, que não deve ser concretizado antes de sua saída da Casa Branca em janeiro de 2025.
A visita de Biden à Amazônia, prevista para o dia 17 de novembro, é histórica, sendo a primeira vez em mais de 200 anos que um presidente dos EUA visita a região amazônica. O presidente chegará ao Brasil para participar da cúpula do G-20, no Rio de Janeiro, mas sua passagem pela Amazônia é vista como um gesto de apoio internacional à preservação ambiental.
Durante sua visita, Biden reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com a sustentabilidade da floresta amazônica, anunciando US$ 50 milhões adicionais para o Fundo Amazônia. Contudo, o valor ainda precisa passar pela aprovação do Congresso dos EUA, que, a partir de 2025, terá maioria republicana. Esse cenário político pode dificultar a concretização do compromisso de Biden, já que, no final de 2024, o ex-presidente Donald Trump deve reassumir o cargo. Trump, conhecido por seu posicionamento contrário ao Acordo Climático de Paris e políticas ambientais mais rígidas, pode reverter as iniciativas de Biden, incluindo o apoio financeiro ao fundo de preservação.
O Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia é o principal esforço internacional para preservar a floresta tropical brasileira, sendo financiado principalmente pela Noruega. Com a contribuição dos Estados Unidos, espera-se que o fundo ajude a proteger as vastas áreas da Amazônia de desmatamento e degradação, impactando diretamente a luta contra as mudanças climáticas. O valor total anunciado de US$ 50 milhões, embora relevante, ainda está longe dos US$ 500 milhões que Biden havia prometido ao longo de seu mandato.
O governo dos EUA anunciou o compromisso de destinar essa verba ao fundo em 2023, mas o valor inicial de US$ 50 milhões foi considerado insuficiente pelo governo brasileiro e especialistas ambientais, que esperavam um montante mais significativo. Agora, com a situação política nos EUA se aproximando de uma virada, a continuidade de qualquer apoio financeiro ao fundo está incerta.
O impacto da eleição de 2024 e o retorno de Trump à Casa Branca
Uma das maiores incertezas sobre o futuro do Fundo Amazônia é a mudança política nos Estados Unidos após as eleições de 2024. Com a probabilidade de Donald Trump retornar ao cargo, o apoio dos EUA a iniciativas ambientais pode ser substancialmente reduzido. Trump tem sido um crítico ferrenho das políticas de proteção ao meio ambiente adotadas por seu sucessor, chegando a classificar as mudanças climáticas como uma “farsa”. Seu retorno à presidência pode significar uma reversão das políticas de Biden, incluindo a saída dos EUA do Acordo Climático de Paris e o fim do apoio ao Fundo Amazônia.
O impacto da reviravolta política sobre o financiamento de ações de preservação ambiental é grande. Especialistas apontam que, se Trump retomar o controle da Casa Branca, dificilmente qualquer verba será alocada ao fundo para apoiar a preservação da Amazônia, deixando a floresta e suas políticas de proteção em um cenário de incerteza.
Outras iniciativas e compromissos anunciados
Apesar da incerteza quanto ao valor prometido para o Fundo Amazônia, a visita de Biden à região amazônica trouxe outros compromissos importantes. A Casa Branca anunciou o lançamento de uma coalizão financeira, que busca mobilizar até US$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados para restaurar terras degradadas e impulsionar projetos de bioeconomia até 2030. Além disso, um empréstimo de US$ 37,5 milhões será destinado à Mombak Gestora de Recursos Ltda., para apoiar o plantio em larga escala de espécies de árvores nativas no Brasil, contribuindo para a recuperação de áreas de pastagens degradadas.
Biden também assinou uma proclamação dos EUA, instituindo o 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação. Além disso, o presidente destacou que os EUA estão no caminho certo para atingir um gasto de US$ 11 bilhões em financiamento climático internacional até 2024, um aumento significativo em relação aos valores investidos no início de seu mandato.