A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque explosivo contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (13), afirmou em depoimento que o objetivo de seu ex-marido era assassinar o ministro Alexandre de Moraes. A declaração detalha a motivação e a obsessão de Francisco com temas políticos e revela um planejamento prévio para o atentado, despertando atenção para o aumento de ameaças contra autoridades no Brasil.

Objetivo do atentado: morte de Alexandre de Moraes

Em depoimento à Polícia Federal, a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz afirmou que ele estava decidido a matar o ministro Alexandre de Moraes e outras pessoas que estivessem próximas dele durante o ataque. Segundo ela, Francisco mencionava com frequência a intenção de atacar o magistrado e vinha desenvolvendo o plano de atentado há meses. A obsessão de Francisco com o tema político se intensificou ao ponto de se tornar sua principal motivação, revelou a mulher, que também mencionou um histórico de discursos inflamados e ações preparatórias para o atentado. Essa informação central coloca o episódio como mais um dos recentes ataques a figuras do Judiciário, que têm sido alvos de críticas e ameaças.

Polícia Federal colhe depoimento e realiza investigações

A Polícia Federal (PF), ao receber a informação sobre a localização da ex-mulher de Francisco, rapidamente a conduziu para uma delegacia em Lages, Santa Catarina. O depoimento foi coletado nesta quinta-feira (14), com o intuito de aprofundar as investigações sobre as intenções e o planejamento do ataque. De acordo com Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, o depoimento fornece provas que corroboram o foco de Francisco em atingir Alexandre de Moraes, e também revela o longo processo de preparação do atentado, tornando o testemunho da ex-mulher uma peça fundamental para a investigação.

Provas reforçam foco no STF e em Alexandre de Moraes

A PF revelou que, além do depoimento da ex-mulher, foram encontrados outros indícios que reforçam o foco de Francisco Wanderley em Alexandre de Moraes e em ameaças à instituição STF. De acordo com Andrei Rodrigues, a polícia tem em mãos mensagens enviadas por Francisco para redes sociais, incluindo o próprio STF, com teor ameaçador e menciona que o ministro Alexandre de Moraes era o alvo central do plano. Para as autoridades, esse conjunto de provas é categórico e confirma as intenções do autor do atentado, colocando o foco das investigações em entender o que levou Francisco a esse nível de radicalização.

O avanço das investigações e coleta de provas

As equipes da Polícia Federal já estão em campo realizando uma coleta ampla de provas que possam esclarecer ainda mais o contexto e o planejamento do ataque. A PF está trabalhando para reunir evidências complementares, que incluam documentos, conversas de redes sociais, gravações, e eventuais cúmplices ou apoiadores que possam ter motivado Francisco em seu ato extremista. O diretor-geral da PF destacou que a rapidez na resposta policial busca não só resolver o caso, mas também impedir que novos ataques possam ocorrer em um ambiente de crescente hostilidade contra o Judiciário.

Ameaças recorrentes ao STF e crescimento do clima de hostilidade

Este incidente é mais um caso de ameaças explícitas dirigidas ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, com Alexandre de Moraes sendo o principal alvo. Nos últimos meses, o STF e seus membros têm sido frequentemente ameaçados por discursos polarizados, e essa onda de ataques mostra uma necessidade urgente de ações que combatam a radicalização. Esse tipo de violência não apenas ameaça a segurança de figuras públicas, mas também levanta questionamentos sobre a segurança das instituições democráticas e seus representantes, que exercem papel fundamental no equilíbrio dos poderes no Brasil.