Em outubro de 2024, a B3 (B3SA3) registrou uma redução de 3,9% no volume financeiro médio negociado no segmento de ações, totalizando R$ 22,3 bilhões. O desempenho ficou abaixo do registrado no mesmo período de 2023 e também apresentou queda de 3,1% em relação a setembro do mesmo ano. Apesar desse recuo, a bolsa brasileira continua a demonstrar um crescimento robusto em outros indicadores, como o aumento no número de contas na depositária e a valorização da capitalização de mercado das empresas listadas.

Queda no volume negociado de ações

O volume financeiro médio negociado na B3 em outubro de 2024 ficou em R$ 22,306 bilhões, representando uma redução de 3,9% quando comparado com o mês de outubro do ano anterior. Essa queda também foi observada em relação a setembro de 2024, quando o volume negociado foi de R$ 23,02 bilhões, apresentando uma retração de 3,1%.

Essa diminuição reflete uma desaceleração no ritmo das transações de ações no mercado, que pode ser atribuída a diversos fatores, como uma maior cautela por parte dos investidores, incertezas econômicas e uma redução no apetite por risco no mercado de capitais. Embora o volume tenha caído, os investidores continuam a monitorar de perto as oportunidades na bolsa.

Crescimento no número de contas e investidores individuais

Por outro lado, o número de contas na depositária da B3 registrou um expressivo aumento de 5,6% no comparativo anual, fechando outubro com 6,045 milhões de contas. Esse crescimento reflete um interesse crescente de investidores, principalmente pessoas físicas, que continuam a procurar por oportunidades no mercado de ações. O número de investidores individuais também teve alta de 6,9%, somando 5,230 milhões.

Esse aumento no número de contas e investidores demonstra que, apesar das quedas no volume de transações, a B3 tem atraído mais investidores, com destaque para os indivíduos. As plataformas de investimento e a educação financeira têm contribuído para esse crescimento, facilitando o acesso de pequenos e médios investidores ao mercado financeiro.

Capitalização de mercado mostra crescimento

Embora o volume de negociações tenha diminuído, a capitalização média de mercado das empresas listadas na B3 atingiu R$ 4,530 trilhões, um crescimento de 7,8% em relação ao ano passado. Esse aumento na capitalização é um reflexo da valorização das ações de algumas das maiores empresas do Brasil, como Petrobras, Vale e Itaú Unibanco, que continuam a ter um papel crucial na composição do índice Bovespa.

A valorização da capitalização de mercado indica que, mesmo com o recuo nas negociações, o valor total das empresas na bolsa brasileira está crescendo, o que pode ser um sinal positivo para o futuro, especialmente para investidores de longo prazo.

Mercado de futuros apresenta queda de 26%

O segmento de futuros, que engloba negociações de contratos de juros, moedas e mercadorias, também enfrentou uma retração significativa em outubro de 2024. O volume médio diário caiu 26%, somando R$ 5,578 bilhões. No entanto, apesar dessa queda no volume negociado, a receita média por contrato subiu 23,4%, alcançando R$ 1,638. Esse aumento na receita média por contrato sugere que os investidores estão se concentrando em transações maiores ou em estratégias mais específicas, o que pode ter ajudado a compensar a queda no volume total.

Esse desempenho nos futuros pode ser explicado por uma maior volatilidade nos mercados financeiros, especialmente no cenário internacional, que tem influenciado os investidores a buscarem ativos de proteção, como os contratos de futuros de juros e moedas.

Expansão no mercado de balcão

No mercado de balcão, que abrange a negociação de ativos como títulos de dívida e derivativos, as novas emissões de renda fixa subiram 17,2% na comparação anual, alcançando R$ 1,762 trilhão. O estoque de títulos no mercado de balcão também aumentou 25,4%, atingindo R$ 7,576 trilhões. Esse crescimento reflete uma maior confiança no mercado de crédito privado, que tem se mostrado uma alternativa atraente em relação aos investimentos em ações, especialmente em um cenário de juros altos.

As emissões de renda fixa continuam a ser um motor importante para a B3, já que empresas e governos buscam esse mercado para financiar suas operações e projetos de infraestrutura. Esse aumento também pode ser visto como um indicativo de que o mercado de crédito está mais robusto, atraindo novos emissores e investidores.