A OceanPact (OPCT3), referência no setor de soluções ambientais e marítimas, registrou um prejuízo líquido de R$ 10 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), representando uma diminuição de 29% em relação ao prejuízo de R$ 14 milhões reportado no mesmo período do ano passado. A empresa, que segue consolidando sua presença no mercado, detalhou os resultados financeiros e operacionais de um trimestre marcado por desafios e mobilizações estratégicas para novos contratos.

Desempenho financeiro no 3T24

A principal razão para a redução no prejuízo da OceanPact foi o impacto do Imposto de Renda e Contribuição Social Diferido, que somaram R$ 12 milhões no trimestre. Esses valores estão relacionados aos prejuízos reportados por algumas subsidiárias, sem a constituição de imposto diferido. Essa dinâmica afetou os resultados, mas a queda no prejuízo demonstra uma evolução na gestão dos custos e um melhor controle das despesas financeiras.

Além disso, a companhia reportou um Ebitda de R$ 105 milhões no 3º trimestre, uma queda de 11% quando comparado ao mesmo período de 2023. O Ebitda ajustado ficou em R$ 104 milhões, apresentando uma diminuição de 14%. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, foi de 27%, o que representou uma queda de 4 pontos percentuais no comparativo anual. Esses números refletem o impacto das mobilizações das embarcações para novos contratos e o aumento das despesas gerais e administrativas, que tiveram crescimento devido à atualização dos planos de remuneração da empresa.

A despesa financeira também apresentou um resultado negativo de R$ 37 milhões, mas com uma melhora de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso é um reflexo do melhor equilíbrio entre receitas e despesas financeiras, um esforço contínuo da empresa para otimizar sua estrutura de custos.

Resultados operacionais e impacto da mobilização de embarcações

O desempenho operacional da OceanPact, que se reflete diretamente nas suas receitas, registrou uma queda de 14% na receita líquida, que somou R$ 388 milhões no 3T24. A mobilização das embarcações para novos contratos foi um dos principais fatores para essa queda, pois demandou um consumo inicial de caixa operacional, impactando a geração de receita no curto prazo, mas que promete resultados mais expressivos no futuro, conforme os novos contratos forem implementados.

Além disso, a empresa viu um aumento significativo nas suas despesas gerais e administrativas, que chegaram a R$ 54 milhões. Esse valor representa um aumento de 23% em relação ao 2º trimestre de 2024 e ao mesmo período do ano anterior. O principal fator para esse crescimento foi a revisão dos valores dos planos de remuneração em ações, um reflexo de sua estratégia de atrair e reter talentos essenciais para a expansão e modernização da empresa.

Dívida líquida e investimentos

Outro dado relevante que chama atenção nos resultados da OceanPact foi o aumento na sua dívida líquida, que alcançou R$ 1,024 bilhão, uma variação de 4% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Isso está relacionado, principalmente, à 5ª emissão de debêntures, no valor de R$ 300 milhões, que visou o financiamento de novas iniciativas da companhia. A alavancagem, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado, subiu para 2,06x, contra 1,92x no mesmo trimestre de 2023.

Apesar do aumento na dívida, a empresa mantém um foco significativo em sua estratégia de crescimento, realizando investimentos de R$ 140 milhões no período. Esse montante foi destinado principalmente à expansão da infraestrutura e à modernização da frota de embarcações, visando melhorar a eficiência operacional e garantir sua competitividade no longo prazo. Esses investimentos são essenciais para a manutenção da alta performance e capacidade de atender a novos contratos em um mercado cada vez mais exigente.