O Ibovespa viveu mais um dia difícil, encerrando a sessão com uma queda de 0,55%, o que representa um fechamento de 129.233,11 pontos. Este resultado é o menor patamar registrado desde 8 de agosto, quando o índice atingiu 128.660,88 pontos. A sequência de perdas reflete a incerteza econômica no Brasil e as pressões externas, especialmente a alta nos rendimentos dos Treasuries nos EUA, além de preocupações persistentes sobre a situação fiscal do país.

O impacto das taxas de juros nos EUA

Os Treasuries americanos têm visto um aumento nos rendimentos, o que atrai investidores em busca de segurança, gerando uma saída de capital dos mercados emergentes, incluindo o Brasil. Essa dinâmica impacta diretamente o valor do dólar, que, apesar de apresentar uma leve baixa de 0,08% em relação ao real, ainda opera sob a pressão das expectativas em torno das políticas monetárias do Federal Reserve. O dólar comercial terminou o dia cotado a R$ 5,69, com um desempenho que oscilou ao longo do pregão.

Preocupações fiscais e expectativas do FMI

Uma das principais preocupações que tem gerado volatilidade no mercado é o cenário fiscal do Brasil. O FMI traçou um panorama mais sombrio para as contas públicas, prevendo que a relação da dívida pública em relação ao PIB brasileiro possa aumentar em mais de 10 pontos percentuais durante o governo Lula. Essa previsão levantou debates acalorados sobre a eficácia do atual modelo de expansão fiscal, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alegando que as críticas são exageradas e que o governo não está negligenciando suas responsabilidades fiscais.

Desempenho das ações e impactos setoriais

O clima de incerteza impactou fortemente o desempenho das ações de grandes empresas. A Vale (VALE3) registrou uma queda de 1,75%, pressionada pela diminuição no preço do minério de ferro na China e pela expectativa em torno da divulgação de seus resultados do terceiro trimestre, marcada para amanhã. Da mesma forma, a Petrobras (PETR4) viu suas ações recuarem 1,25%, influenciadas pela queda nos preços internacionais do petróleo, que enfrentam pressões devido a estoques elevados.

A queda não se limitou a essas duas gigantes. O Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,61% após uma revisão negativa de seu preço-alvo por bancos, enquanto Lojas Renner (LREN3) desvalorizou 1,10%. Em contraste, o Carrefour (CRFB3) destacou-se entre os varejistas, apresentando um aumento de 5,24%, impulsionado por dados prévias que geraram otimismo entre os investidores.

Expectativas de mercado e indicadores econômicos

Com a proximidade da divulgação do IPCA-15 de outubro, que deve mostrar uma alta de 0,50% em relação a setembro e de 4,43% em relação ao ano anterior, os investidores permanecem cautelosos. Os dados de inflação são cruciais para entender a trajetória das políticas monetárias e podem influenciar as expectativas de juros no futuro próximo.

Maiores altas do Ibovespa hoje (23)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
IRBR3+12.29%R$ 47,71
CRFB3+5.24%R$ 7,43
COGN3+4.41%R$ 1,42
YDUQ3+4.05%R$ 10,79
HAPV3+3.25%R$ 3,81

Maiores quedas do Ibovespa hoje (23)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
HYPE3-3.91%R$ 27,01
LWSA3-2.95%R$ 4,28
AZUL4-2.66%R$ 5,48
VIVA3-2.55%R$ 24,88
RADL3-2.41%R$ 24,65

O Cenário internacional e seus reflexos no Brasil

Além das pressões internas, o desempenho de Wall Street também impactou o clima no Brasil. Os principais índices americanos, como o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, encerraram a sessão em baixa, com os investidores reagindo ao aumento nas taxas de juros e suas implicações para o crescimento econômico. O Dow Jones, por exemplo, registrou uma queda de 0,96%, o que sugere um ambiente global de aversão ao risco.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa129.233-718-0,55%
🇧🇷 USD/BRL5,6897+0,0003+0,01%
🇺🇸 S&P 5005.797,42-53,78-0,92%