O deputado Guilherme Boulos (PSOL) reafirmou que sua atuação política não se resume à busca por cargos no governo federal. Durante uma sabatina realizada nesta quinta-feira (17) por Folha de S.Paulo, UOL e RedeTV, Boulos declarou: “Não estou na política atrás de cargo”. O candidato à prefeitura de São Paulo enfatizou seu compromisso em cumprir seu mandato e criticou as recentes alterações no Plano Diretor da capital paulista, que, segundo ele, beneficiam interesses de construtoras em detrimento do planejamento urbano e da infraestrutura.

Boulos destacou que sua eleição para a Câmara dos Deputados não tinha como objetivo garantir uma vaga no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Me elegi para exercer meu mandato”, afirmou, ressaltando que a confiança que recebeu da população foi conquistada através de seu esforço e compromisso com as causas sociais. Ele expressou sua determinação em representar os interesses do povo e de não se deixar levar pela tentação de ocupar um cargo no Executivo.

A afirmação de Boulos é um reflexo de um sentimento comum entre muitos políticos que buscam uma conexão mais profunda com a base. Ao invés de uma busca por posições de poder, ele se posiciona como um agente de mudança e progresso social.

Durante a sabatina, Boulos também abordou sua preocupação com as mudanças feitas no Plano Diretor de São Paulo, uma legislação que define diretrizes para o crescimento urbano da capital. Ele argumentou que as alterações recentes, promovidas pela gestão do prefeito Ricardo Nunes, favorecem construtoras em detrimento do bem-estar da população e do desenvolvimento sustentável da cidade.

“Se você olha essa alteração do Plano Diretor feita pelo Ricardo Nunes, eles estão chegando lá, pegam quatro casas e uma construtora demole. Onde tinham quatro casas e quatro famílias morando, constrói uma torre de 20 andares”, explicou Boulos, destacando que a nova configuração urbana não leva em conta a infraestrutura necessária para suportar o aumento populacional resultante dessas obras.

O deputado também criticou a falta de planejamento na administração atual, que, segundo ele, prioriza os interesses de poucos em vez do desenvolvimento urbano equilibrado. Essa crítica é crucial, pois o Plano Diretor é um instrumento vital para a organização do espaço urbano e a promoção de uma cidade mais justa e acessível.

Boulos não se limitou a criticar; ele também recordou sua participação ativa na formulação do Plano Diretor de 2014, quando Fernando Haddad (PT) era prefeito. “Contribuí com as políticas públicas de maneira ativa, seja no movimento social, ajudando a construir mais de 15 mil moradias para famílias que precisam”, afirmou.