Yellen, que falará nesta quinta-feira, 17 de outubro de 2024, destacou que o retorno a práticas de isolamento econômico, como as sugeridas por Trump, não é uma opção viável para os Estados Unidos. Segundo ela, as tarifas elevadas, que Trump sugere serem de 10% a 20% em praticamente todas as importações e até 60% nas provenientes da China, comprometeriam a competitividade das empresas americanas. Além disso, as ameaças de tarifas de até 200% para empresas que transferissem suas operações para o México aumentariam a incerteza no mercado.

“(A ideia de) isolar os Estados Unidos com altas tarifas sobre amigos e concorrentes ou tratar nossos aliados mais próximos como parceiros transacionais é profundamente equivocada”, disse Yellen, enfatizando a necessidade de uma política comercial mais equilibrada.

Yellen abordou a importância de manter relações comerciais construtivas, especialmente com a China. Embora reconheça os desafios impostos por barreiras comerciais e práticas desleais, ela argumenta que o comércio e os investimentos com a China trazem benefícios significativos para a economia americana. “O comércio e os investimentos com a China podem trazer ganhos significativos para as empresas e os trabalhadores norte-americanos e devem ser mantidos”, afirmou.

A secretária do Tesouro também destacou que as políticas de isolamento econômico poderiam comprometer a capacidade dos EUA de avançar em questões críticas, como a pressão sobre a Rússia para que cesse suas ações na Ucrânia e a melhoria da segurança das cadeias de suprimento.

Além de criticar as propostas de Trump, Yellen defendeu as tarifas impostas pelo presidente Joe Biden sobre importações estratégicas da China, incluindo veículos elétricos e semicondutores. Essas tarifas visam proteger a indústria nacional e incentivar a produção interna. Yellen observou que essa abordagem tem apoio crescente entre os aliados dos EUA, indicando um consenso internacional sobre a necessidade de mudança nas práticas comerciais da China.

“Esse crescente consenso internacional é uma indicação poderosa para a China de que ela deve mudar suas práticas”, concluiu Yellen, ressaltando a importância de uma política comercial que priorize tanto a proteção da indústria nacional quanto a manutenção de relações comerciais saudáveis.