A menos de três semanas do segundo turno das eleições municipais de São Paulo, os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) estão em uma verdadeira batalha sobre o número de debates que ocorrerão antes da votação final. Com a expectativa de aumentar a transparência nas eleições, Boulos defende uma série maior de encontros, enquanto Nunes propõe limitar os debates a apenas três. O que essa disputa significa para os eleitores? Neste artigo, exploramos os detalhes dessa controvérsia.

Desde a realização do primeiro turno, que culminou no último domingo, 6 de outubro, a campanha de Ricardo Nunes tem defendido a redução do número de debates. Assessores do prefeito sugeriram a formação de um “pool” de veículos de comunicação para promover os debates, o que, segundo eles, ajudaria a atender melhor os eleitores e evitar a repetição de debates em demasia. Nunes argumenta que a proposta de três debates já representa o máximo histórico para a cidade em um segundo turno, lembrando que, em anos anteriores, como em 2020, também foram realizados apenas três debates entre os candidatos.

Por outro lado, a campanha de Guilherme Boulos se opõe veementemente a essa proposta, considerando que três debates são insuficientes para discutir as demandas da população de São Paulo. Em uma declaração oficial, a campanha de Boulos destacou que debates são essenciais para trazer mais transparência às eleições e permitir que os eleitores comparem as propostas dos candidatos. “Ricardo Nunes deve respostas à cidade de São Paulo e ao seu eleitor – esclarecimentos que, infelizmente, não foram feitos durante um primeiro turno pautado pela truculência e mentiras”, afirmaram seus assessores.

Os debates são uma oportunidade fundamental para os candidatos apresentarem suas propostas e discutirem questões cruciais para a cidade. No primeiro turno, os principais candidatos realizaram 11 debates, um recorde histórico para as campanhas municipais em São Paulo. Agora, no segundo turno, já estão confirmados cinco debates, incluindo eventos na TV Bandeirantes, RedeTV!, TV Record, UOL/Folha de S.Paulo e TV Globo.

A discussão sobre o número de debates é especialmente relevante em um cenário político em que os eleitores buscam transparência e informações claras sobre as propostas dos candidatos. Boulos ressalta a importância de realizar debates de alto nível, afirmando que o objetivo é dialogar com a cidade e abordar as necessidades de cada eleitor. Ele acredita que a limitação proposta por Nunes reflete um desejo de evitar o confronto de ideias.

Os assessores de Nunes mencionaram a eleição de 2020, onde Boulos e Bruno Covas (PSDB) realizaram apenas três debates. No entanto, Boulos rebateu essa comparação, destacando que o contexto da pandemia em 2020 e a restrição à aglomeração de pessoas eram fatores que justificavam a limitação do número de encontros. Para ele, a situação atual é diferente, e os eleitores merecem mais oportunidades de ouvir seus candidatos.

Com a crescente pressão sobre ambos os candidatos, a expectativa é que mais veículos de comunicação se organizem para promover debates, aumentando a possibilidade de interação com os eleitores. O primeiro debate está agendado para o dia 14 de outubro, às 22h15, na TV Bandeirantes, seguido por outros encontros em datas que vão até o final do mês.

Os debates confirmados até agora incluem:

– TV Bandeirantes: 14 de outubro, às 22h15

– RedeTV!/UOL: 17 de outubro, às 9h30

– TV Record: 19 de outubro, às 21h

– UOL/Folha de S.Paulo: 21 de outubro, às 10h

– TV Globo: 25 de outubro, às 22h

Além desses, a CNN Brasil também planeja convidar Nunes e Boulos para um debate, mas a data ainda não foi confirmada.