A confiança do setor industrial brasileiro, medida pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), permaneceu praticamente inalterada em outubro, registrando 53,2 pontos, ligeiramente abaixo dos 53,3 pontos obtidos em setembro. Este resultado, divulgado nesta quarta-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), reflete um momento de estabilidade após duas altas consecutivas, sinalizando a percepção dos empresários em relação às condições econômicas atuais e às expectativas para o futuro.

O ICEI, um indicador fundamental para avaliar a confiança do empresário industrial, mostrou que, apesar da leve queda, a confiança se mantém em um patamar positivo, uma vez que está acima da linha divisória de 50 pontos. Esta linha separa a confiança positiva da negativa, evidenciando um ambiente de otimismo em relação ao futuro econômico. A estabilidade do índice sugere que o setor industrial está navegando por águas desafiadoras, mas com uma perspectiva moderadamente positiva.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, avaliou que a estabilidade observada no índice pode estar ligada à recente alta da taxa de juros promovida pelo Banco Central. Após duas elevações consecutivas, a interrupção da trajetória de crescimento da confiança pode ser um reflexo direto do aumento da Selic. Azevedo destacou que a avaliação dos empresários sobre as condições atuais e as expectativas para a economia brasileira parecem ter sido afetadas por essa mudança nas taxas de juros.

Ao examinar os componentes do ICEI, o índice de condições atuais registrou 48,8 pontos em outubro, uma leve queda em relação aos 49 pontos de setembro. Esse número abaixo de 50 pontos indica uma percepção de piora nas condições atuais por parte dos empresários da indústria, o que levanta preocupações sobre o desempenho imediato do setor. A avaliação dos industriais quanto ao momento de suas próprias empresas passou de 51,3 pontos para 51,1 pontos, enquanto a percepção sobre a economia em geral caiu de 44,4 para 44,2 pontos.

Esses dados revelam um clima de incerteza entre os empresários, que, apesar de ainda manterem um otimismo moderado em relação a seus próprios negócios, demonstram uma visão mais pessimista em relação ao contexto econômico geral. 

Por outro lado, o índice de expectativas ficou inalterado em 55,4 pontos, o que sugere que os empresários mantêm uma perspectiva positiva em relação ao futuro. A avaliação dos empresários da indústria sobre a economia nos próximos seis meses apresentou uma leve melhoria, passando de 49,1 pontos para 49,2 pontos. A confiança em relação ao futuro próximo de seus próprios negócios manteve-se estável em 58,5 pontos.

Essa estabilidade nas expectativas pode ser vista como um sinal de resiliência do setor, que parece acreditar em uma recuperação a médio prazo, mesmo diante dos desafios atuais.

A pesquisa que gerou os dados foi realizada entre os dias 1º e 7 de outubro, envolvendo 1.248 empresas, com 483 de pequeno porte, 462 de médio porte e 303 de grande porte. Este amplo espectro de empresas permite uma análise abrangente da situação do setor industrial, fornecendo uma visão clara das tendências e preocupações que permeiam o ambiente de negócios.