A descarbonização da economia global está progredindo a passos lentos, conforme apontou a Fitch Ratings em um relatório recente. Publicado nesta quarta-feira, 9 de outubro, o documento revela a preocupante tendência de aumento das emissões de carbono, especialmente em países emergentes, destacando a necessidade urgente de ações efetivas para mitigar as mudanças climáticas.

De acordo com a Fitch, as emissões globais de CO₂ aumentaram 1,8% no último ano. Este crescimento é alarmante, considerando que o produto interno bruto (PIB) mundial cresceu apenas 2,9% no mesmo período. A relação entre as emissões e o PIB, embora tenha diminuído um pouco mais de 1%, está em linha com a média dos últimos 25 anos, mas muito abaixo do que é necessário. Para cumprir a meta de zerar as emissões líquidas até 2050, uma redução anual de 8% é essencial nesta década. A atual tendência de crescimento das emissões indica que essa meta está longe de ser atingida.

As análises apresentadas no relatório da Fitch abrangem dados globais, com um foco particular nos países desenvolvidos e emergentes. Enquanto as emissões em dez economias desenvolvidas caíram para o nível mais baixo desde 1970, os países emergentes, como um todo, não conseguiram fazer progressos significativos na descarbonização. Este cenário é particularmente preocupante, pois as economias emergentes, que possuem um crescimento do PIB mais acelerado, estão aumentando sua participação no consumo global de energia.

A falta de investimento em projetos de energia limpa é um dos principais fatores que contribuem para o desempenho insatisfatório dos países emergentes. A Fitch destacou que a ausência de recursos financeiros direcionados à transição energética está dificultando a redução das emissões de carbono nessas regiões. Os dados mostram que as emissões de CO₂ e o PIB de 10 países emergentes monitorados pela Fitch aumentaram 4,7% no ano passado. Esse crescimento acentuado contrasta fortemente com os esforços feitos por países desenvolvidos, que estão investindo mais em tecnologias sustentáveis e energia renovável.

O progresso lento na descarbonização da economia global tem implicações sérias para o futuro do planeta. A crescente taxa de emissões, especialmente em economias que já enfrentam desafios ambientais significativos, aumenta os riscos associados às mudanças climáticas, incluindo desastres naturais, perda de biodiversidade e problemas de saúde pública. A Fitch enfatizou que a inação em relação à descarbonização nos mercados emergentes é preocupante, dado o crescimento do consumo global de energia e a necessidade de ação imediata para enfrentar as mudanças climáticas.